“Ele até atribuiu o auxílio emergencial de R$ 600 a Bolsonaro”, disse o deputado federal, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PCdoB. “Todo mundo sabe que Guedes e Bolsonaro queriam só R$ 200”
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que Márcio França (PSB), pré-candidato a prefeito de São Paulo, “dá sinais de que bolsonarizou de vez quando passa a atribuir o auxílio emergencial de R$ 600 a Jair Bolsonaro”.
Para Orlando, que também é pré-candidato à Prefeitura, Márcio França está “se utilizando de um contorcionismo para tentar pescar votos bolsonaristas em águas turvas”.
“Todo mundo sabe que Paulo Guedes e Bolsonaro queriam só R$ 200. E mais, a proposta do auxílio não foi do Poder Executivo, não foi encaminhada pelo presidente. Foi uma proposta construída no Congresso Nacional”, explicou o deputado em entrevista ao HP.
Márcio França disse ao jornal Folha de S. Paulo, na quarta-feira (2), que Orlando Silva e Guilherme Boulos, que é pré-candidato pelo PSOL, “fazem eco à estratégia do Dória” de falar que ele é oportunista. “São inocentes úteis”, completou.
Orlando Silva respondeu dizendo que “eu não acendo uma vela pra Deus e outra pro diabo”. “A minha impressão é de que isso não vai ficar de pé. A campanha vai desmascará-lo como o que se vincula ao que há de pior na política brasileira”, completou.
“Na tentativa de dizer que não se vincula ao Bolsonaro, ele [Márcio França] faz uma defesa do Bolsonaro. Ele tá fazendo a defesa da principal tese do governo: de que ele foi o autor do auxílio emergencial”.
“É mentira que [o auxílio] foi criado pelo presidente. Quando ele participou do debate, queria R$ 200”, enfatizou.
CORTE NO AUXÍLIO
Na terça-feira (2), Jair Bolsonaro anunciou que irá cortar pela metade o auxílio emergencial.
Segundo Orlando, “a prorrogação do auxílio emergencial é uma vitória da oposição e do parlamento. Bolsonaro não tinha como escapar, pois seria derrotado se teimasse em retirá-lo. Mas o valor de R$ 300 é insuficiente”.
A redução “agravará a situação de miséria e desemprego que abate o povo”. Com “300 reais a menos em alimentos na mesa das famílias brasileiras. Desemprego, miséria e fome serão o cotidiano de milhões de pessoas”.
“O auxílio emergencial precisa ser prorrogado mantendo o valor de 600 reais”, continuou.
“O que vai ficar claro é que ele se aproxima da proposta inicial, que era de um auxílio emergencial pequeno. Nós, a bancada do PCdoB, vamos disputar no Congresso Nacional para manter o auxílio de R$ 600 enquanto durar a calamidade pública”.
Orlando alertou para a possibilidade de Jair Bolsonaro criar outra narrativa colocando a culpa do corte no Congresso. “Bolsonaro é o rei das narrativas. Ele mente desbragadamente”.
“Não vou me surpreender se daqui a pouco ele disser que criou o programa de R$ 600 e o Congresso foi quem cortou para R$ 300. Como ele vive de fake news, ele seria capaz de criar essa narrativa contra o Congresso”, ironizou.
PEDRO BIANCO