A ex-senadora Marina Silva, candidata da Rede à presidência da República, afirmou que uma das prioridades do seu governo, caso eleita, será a construção de 1,5 milhão de casas com placas solares.
“Vamos ampliar a energia solar com 1,5 milhão de tetos solares, com placas solares. Nós temos investimentos que são feitos, por exemplo, em termoelétrica, a carvão, a diesel e a gás. Uma boa parte desses recursos pode ser deslocada para investimento numa matriz energética limpa, segura. É uma questão de prioridade de escolha”, disse.
A candidata participou, na terça-feira (28), de sabatina promovida pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Em debate sobre propostas de governo, ela explicou que os recursos para o investimento em uma matriz energética alternativa poderiam ser realocados da verba gasta em termoelétricas.
Ao falar sobre estabilidade política em uma eventual gestão da Rede, Marina Silva avaliou que não terá dificuldades para governar, apesar de ter uma coligação pequena, que tem como aliado apenas o PV. Ela aposta que conseguirá apoio suficiente do Congresso Nacional para aprovar matérias de interesse do governo.
“Que a maioria no Congresso se faça com base no programa. É assim que as democracias evoluídas fazem”, comentou.
Marina voltou a defender a necessidade de uma reforma trabalhista no país, mas reiterou que, se eleita, mudará pontos da lei atual. “Vamos rever os pontos inaceitáveis da reforma. Ouço muita gente dizendo que é modernizar as relações de trabalho. Mas na reforma trabalhista tem pontos que são pré-modernos, como uma mulher [grávida] trabalhar em condições insalubres, uma pessoa ter apenas meia hora para se alimentar, trabalho intermitente, em que pode ficar meses sem ser chamado mas conta como se tivesse empregado”, argumentou.
A presidenciável reiterou também ser a favor do fim da reeleição para presidente da República e da ampliação do mandato presidencial de quatro para cinco anos de duração, a partir de 2022. No caso do mandato de parlamentares, a candidata sugeriu que eles tenham a possibilidade de apenas uma reeleição.
Ela disse ainda ser favorável à criminalização do caixa dois (dinheiro de campanha eleitoral não contabilizado oficialmente). Atualmente, a prática não é tipificada como crime, sendo enquadrada apenas na legislação eleitoral, com penas mais brandas. “Esses crimes devem ser punidos com rigor”, afirmou Marina.