A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, cobrou rigor no processo de licitação ambiental para que não aconteçam tragédias como a da mina de sal-gema da Braskem em Maceió, em Alagoas.
Marina classificou a ação da Braskem de “empreendimento desastroso” em Maceió.
“Lamentavelmente, a postura de flexibilizar procedimentos leva a esse tipo de coisa. Aquilo que parece ser uma celeridade no começo depois vira um problema grave, que afeta, sobretudo, a população”, afirmou. “Já foram mais de 50 mil pessoas” atingidas “da área de abrangência desse empreendimento desastroso”, acrescentou.
“Você tem que ser rigoroso no processo de licenciamento. Porque existem processos que são realizados sem esse rigor e depois as consequências são dramáticas”, disse. “O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama não devem facilitar ou dificultar, mas agir com todo o rigor exatamente para que esse tipo de coisa não aconteça em prejuízo do meio ambiente e da sociedade”, assinalou.
As declarações da ministra aconteceram em Berlim, Alemanha, na terça-feira (5), onde foi acompanhar a visita de três dias do presidente Lula ao país.
Marina relatou que o governo federal vem acompanhando a crise, com 12 técnicos especializados em diferentes áreas no monitoramento.
“Esse licenciamento é de responsabilidade do Estado de Alagoas, e o Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama, está agindo suplementarmente no processo de acompanhamento dessa crise e dessa catástrofe. Dispomos de 12 técnicos especializados em diferentes áreas que ajudam no monitoramento, mas é uma situação que já está estabelecida.”
Os moradores do bairro Mutange, em Maceió, tiveram que abandonar suas casas diante do risco de colapso da mina de exploração de sal-gema, controlada pela Braskem.
A ministra criticou a gestão ambiental durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Existem as responsabilidades que são do governo federal, dos governos estaduais e municipais”, disse. “Infelizmente, no governo anterior, essa diretriz foi abandonada e o governo federal foi transferindo muitas das responsabilidades dos órgãos federais para Estados e municípios”, completou.