A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), denunciou que “o governo quer acabar com as políticas de combate ao desmatamento da Amazônia”.
A ex-ministra observou que o governo Bolsonaro “ataca a gestão do Fundo Amazônia e os dados do INPE sobre desmatamento. A conclusão é óbvia”.
“Todos os agentes de proteção e uso sustentável do meio ambiente foram transformados em inimigos pelo atual governo: cientistas, economistas, ambientalistas, servidores do ministério e do Ibama, imprensa… Hoje não há política ambiental no país”, escreveu a ministra no Twitter.
Ela repetiu o que disse em artigo publicado recentemente. “Repito, com grande tristeza: o que estamos vivendo no Brasil já não é um retrocesso, mas uma incômoda e vertiginosa regressão”.
No artigo, Marina Silva destaca que “com a política anti-ambiental do governo Bolsonaro, o Brasil voltou à mira da pressão externa, resultando num aparente recuo na intenção expressa de extinguir o Ministério do Meio Ambiente e sair do protocolo de Paris”.
“Chegamos agora a uma situação ainda pior: o que temos hoje em curso no Brasil é uma espécie de regressão civilizatória, caracterizada por argumentos que eram brandidos nos anos 60 e 70 do século passado e depois se revelaram falsos, diante do avanço do conhecimento sobre o tema, no Brasil e no mundo. Agora essas posturas saem da tumba, como zumbis, e ancorados pelo poder bolsonariano, por interesses menores e por uma assustadora ignorância, assombram todos os avanços obtidos nas últimas décadas”.
“Não há mais nem o constrangimento ético de falar mentiras e cometer atrocidades contra agendas socioambientais nacionais e multilaterais consolidadas na trajetória diplomática brasileira. Parece não haver sequer conhecimento e competência para avaliar os prejuízos sociais, econômicos e políticos que podemos ter ao desprezar a continuidade e o fortalecimento dessas agendas”.
“Clima, desmatamento, conservação da biodiversidade, respeito aos povos indígenas, direitos humanos, nada disso tem importância para o atual governante brasileiro e seus seguidores (ou gurus do atraso). Tais temas são tratados apenas como “empecilhos ao progresso” e a crítica e a pressão democrática legítima, interna ou externa, são tratadas com arrogância e insensatez”, escreveu Marina em artigo publicado no site Poder360.