A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), criticou a aprovação do texto-base do projeto de lei (PL) que libera o uso de agrotóxicos no Brasil e desmascarou o governo. “É uma completa corrida do governo Bolsonaro para cumprir a agenda da boiada em todos os sentidos nesse momento”.
Marina classificou o PL como um “ataque à saúde pública, ao meio ambiente e ao funcionamento das instituições”.
“Ainda que seja feito o discurso da modernização, da ciência, na verdade o que estão fazendo é tirar o Ibama e a Anvisa do processo de decisão em relação à liberação desses agrotóxicos”, apontou Marina Silva.
O projeto, apelidado de “pacote do veneno”, foi votado após um completo atropelo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que aprovou o regime de urgência e, em seguida, a votação do plenário por 301 votos a favor e 150 contrários, além de duas abstenções.
O projeto de lei 6299/02 altera diversos pontos sobre os agrotóxicos, como experimentação, produção, embalagem, transporte, comercialização, propaganda comercial, destino final dos resíduos, registro, classificação e fiscalização de agrotóxicos e seus componentes.
Para Marina Silva, Bolsonaro está acelerando o processo de liberação dos agrotóxicos com o apoio do centrão.
“O centrão assumiu agora o lugar do Ricardo Salles, [ex-ministro do Meio Ambiente]. O deputado Arthur Lira [presidente da Câmara] é o operador que coloca todos esses projetos do retrocesso, do desmonte da legislação ambiental e do cuidado com o meio ambiente e com a saúde pública”.