A ex-ministra Marina Silva (Rede-AP) condenou o golpe na Bolívia contra o presidente Evo Morales.
“A perseguição de adversários políticos na Bolívia, os incêndios criminosos nas suas casas, e a imposição de mudanças por meio da violência devem ser repudiadas com veemência. A escolha pela barbárie é um ultraje abominável e covarde contra a dignidade de um povo”, escreveu Marina no Twitter.
Marina ainda avalia que “a situação da Bolívia é dramática e preocupante”. “O vale tudo que lança mão de fraudes, ou da violência, para se chegar ou se manter no poder cria fissuras democráticas e acirra belicosamente os conflitos”.
Na terça-feira (12), o presidente boliviano tomou um avião da Força Aérea Mexicana rumo ao México.
Em sua mensagem aos bolivianos, Evo agradeceu a solidariedade do governo mexicano, que lhe ofereceu asilo político, num momento extremamente difícil.
“Irmãs e irmãos, parto rumo ao México, agradecendo pelo desprendimento do governo deste povo irmão que nos brindou asilo para cuidar de nossa vida. Me dói abandonar o país por razões políticas, mas sempre estarei a disposição. Logo voltarei com mais força e energia para seguir trabalhando”, disse.
“Mesa e Camacho, discriminadores e conspiradores, passarão à história como racistas e golpistas. O mundo e os bolivianos repudiam o golpe”, denunciou Evo através de mensagem pelo Twitter.
O milionário Luis Fernando Camacho, um dos líderes do golpe, tem suas raízes na União Juvenil Cruzenhista, grupo que tremulou uma bandeira com a suástica e, mais recentemente, fez a saudação nazista em contraposição à Whipala – bandeira multicolorida e quadriculada dos povos indígenas, desde 2009 símbolo de alegria, unidade e sonho dos bolivianos.
Outro instigador do golpe fascista, Carlos Mesa disputou a eleição com Evo, mas não aceitou a derrota eleitoral.
“Os golpistas que assaltaram minha casa e a de minha irmã, incendiaram domicílios, ameaçaram de morte ministros e seus filhos e violentaram uma prefeita, agora mentem e tratam de culpar-nos pelo caos e a violência que eles provocaram. A Bolívia e o mundo são testemunhos do golpe”, acrescentou Evo Morales.
Após a oposição alegar irregularidade na contagem dos votos, o presidente Evo aceitou a auditoria da apuração e convocou nova eleição quando a OEA disse ter constatado problema. Mas o fascista Camacho – que nem disputou a eleição -, com a conivência do segundo colocado Mesa, persistiu no seu objetivo desde o início de assaltar o poder contra o voto popular.
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