
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), usou as redes sociais para prestar solidariedade à cantora Anitta, que no último sábado (7) relatou que tem recebido ameaças.
Anitta tem cobrado o governo de Jair Bolsonaro (PL) pela falta de proteção aos povos indígenas, em destaque os Yanomami – vítimas de violência, ameaças e avanço do garimpo ilegal em suas terras demarcadas, além de criticar o desmatamento na Amazônia.
“Minha solidariedade à Anitta que está recebendo ameaças por estar, com sua força e popularidade, defendendo a Amazônia. Defender uma causa por amor à vida, à beleza e ao planeta são atitudes que os intolerantes não aceitam”, escreveu Marina na terça-feira (10).
Na última sexta (6), a cantora escreveu em seu perfil do Twitter: “Nos próximos anos eu quero um governo que se preocupe com a nossa NATUREZA”.
No dia seguinte, a artista falou sobre as ameaças, sem citar quem estava por trás delas.
“Uma dica a quem possa estar interessado: a ameaça é a forma mais ineficaz de tentar me podar. Como uma ariana raiz, me ameaçar tem efeito contrário, sabe? Só faz com que eu queira fazer ainda mais aquilo que você quer que eu pare de fazer”, escreveu Anitta.
Seguida por quase 17 milhões de perfis no Twitter, Anitta apoiou a campanha pelo voto dos jovens de 16 e 17 anos. A cantora incentivou o registro de título eleitoral do seu público, que é formado majoritariamente por jovens.
DESMATAMENTO
Em outra postagem no Twitter, Marina criticou a forma como o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, se referiu aos números divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrando desmatamento recorde na Amazônia em abril.
“O vice-presidente Mourão chamou de ‘péssimos’ e ‘horrorosos’ os dados do desmatamento recorde em abril, e disse que é preciso ver onde o governo está errando. O maior erro desse governo é estar no governo, errando com a Amazônia, a Saúde, Educação, Segurança Pública e Economia”, comentou a ex-ministra.
Os alertas de desmatamento na Amazônia bateram recorde em abril, passando de 1 mil km². Segundo os ambientalistas, esta é a primeira vez nas medições oficiais em que os alertas passam de 1 mil km² em abril, último mês do “inverno” amazônico, quando ritmo das motosserras é historicamente inferior.
Por sua vez, dados Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontaram alta de 54% no desmatamento na Amazônia em abril, pior marca do mês em 15 anos. Uma área de floresta do tamanho da cidade do Rio de Janeiro foi posta abaixo no bioma, comparou o Imazon.