A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o crime praticado contra a população Yanomami é irreparável, mas o governo está atuando em várias frentes com medidas emergenciais, estruturais, da recuperação cultural do povo indígena e para minimizar o estrago feito pelos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.
Ela classificou a violência do governo Bolsonaro contra os yanomamis como “uma atrocidade inominável”
“Todos os esforços estão sendo feitos na área de saúde, de combate à desnutrição, combate à violência seguindo as recomendações do presidente Lula. Para todas as denúncias estão sendo tomadas providências dentro dos órgãos de competência do governo”, disse nesta segunda-feira (6).
Ao participar da posse de Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, Marina classificou a situação dos Yanomamis como “uma atrocidade inominável”.
“Tem coisas que não podem ser reparadas. Como reparar uma vida? Como reparar crianças desnutridas? Como reparar crianças que foram estupradas e estão grávidas?”, questionou.
Segundo a ministra, o objetivo é que os Yanomamis retornem para as suas terras após serem recuperadas. Ela disse que a prioridade do governo neste momento é retirar os intrusos do território indígena e reparar as populações e áreas afetadas, quando possível.
Marina, porém, não quis precisar uma data para que isso aconteça. “Existem tecnologias de descontaminação das áreas e de recuperação. É um processo complexo e os esforços serão levados a cabo no tempo adequado para atingir os resultados. O projeto que está em curso é a recuperação do modo tradicional de vida da cultura Yanomami. A destruição é muito grande”, afirmou.
Os Yanomamis vivem uma severa crise sanitária, o que fez o Ministério da Saúde decretar emergência de saúde pública na região.
De acordo com estudo financiado pelo Unicef realizado em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Ministério da Saúde, o território yanomami sofre com o aumento da malária e com a desnutrição infantil crônica, que atinge 80% das crianças até cinco anos.