
Direitista é condenada a quatro anos de prisão
A líder da extrema direita na França, Marine Le Pen, foi condenada nesta segunda-feira (31) pela Justiça francesa por desvio de recursos públicos, quando era deputada do Parlamento Europeu, sentenciada a quatro anos de prisão e fica inelegível por cinco anos.
A juíza Bénédicte de Perthuis, do tribunal do Paris que julgou o caso, calculou em 2,9 milhões de euros (cerca de R$ 18 milhões de reais) o total do desvio, ao fazer “o Parlamento Europeu pagar pessoas que na realidade trabalhavam para o partido”. Em suma, uma “rachadinha” à francesa.
Para a juíza, Le Pen sabia do esquema e estava “no centro” dele. Le Pen acusou a Justiça de definir de forma “muito restrita” o que um assistente parlamentar faz e alegou que o dinheiro foi usado “de forma legítima”.
Le Pen e oito eurodeputados foram considerados culpados de executar o esquema entre 2004 e 2016. Sentença que o Reunião Nacional, herdeiro da Front National colaboracionista do velho Le Pen, pai de Marine, chamou de “execução da democracia francesa”.
Le Pen mantém sua cadeira parlamentar até o final do mandato, e os recursos podem levar anos para serem decididos; enquanto isso, as penalidades não se aplicam. Mas inelegibilidade entra em vigor imediatamente, por meio de uma medida chamada de “execução provisória” solicitada pelos promotores, e só será revogada se qualquer recurso for mantido antes da eleição.
Le Pen não será encarcerada, mas terá de ficar dois anos com tornozeleira eletrônica e mais dois anos sob liberdade condicional. Outros considerados culpados no caso na segunda-feira foram condenados a cumprir pena na prisão, com punições variando entre 12 meses e três anos.
Le Pen deixou o tribunal antes de ouvir sua sentença completa, declarando: “Não acredito de forma alguma que cometi a menor irregularidade ou o menor ato ilegal”.
Como parte da decisão do tribunal, a RN foi condenada à apreensão de fundos já confiscados e a uma multa total de € 2 milhões (R$ 13,84 milhões).
Le Pen irá recorrer. Em meio ao frenesi de Macron pró-guerra na Ucrânia, inclusive ameaçando enviar tropas, corte de direitos dos aposentados e estagnação na França, ela vinha aparecendo nas pesquisas liderando para as eleições presidenciais de 2027.
Nas eleições de 2024, quem encabeçou a chapa do RN foi seu pupilo, Jordan Bardella, que quase virou primeiro-ministro na eleição antecipada por Macron. O que só não aconteceu graças à Nova Frente Popular, reunindo insubmissos, comunistas, ecologistas e socialistas, que barrou o caminho aos fascistas franceses reciclados.