A notícia de que a saída da senadora Marta Suplicy do PMDB deveu-se a problemas atmosféricos, circulou, desde ontem, pelos meios bem informados de Brasília, São Paulo e outras capitais.
Segundo disseram algumas fontes, Marta estava diante de um crucial impasse: ou se candidatava outra vez à senadora, com a perspectiva de aguentar, por pelo menos 45 dias, o tenebroso mau hálito do candidato do partido ao governo de São Paulo, um certo Skaf; ou aceitava a proposta de ser candidata a vice-presidente, tendo que suportar, nesse caso, o horripilante chulé do candidato a presidente pelo partido, Henrique Meirelles.
Entre a cruz e a caldeira – quer dizer, entre o chulé e o mau hálito – Marta preferiu sair do PMDB e não se candidatar a cargo algum, do que expor sua saúde física e mental a miasmas que, em ambos os casos, poderiam ser fatais para a elegante senadora.
Não conseguimos confirmar estas informações, embora, de acordo com pessoas que têm conhecimento de causa, elas tenham alguma verossimilhança.
Mas uma coisa é certa: o ambiente dentro do PMDB, realmente, exala tal fedor, que a senadora, conhecida por sua discreta preferência por perfumes gauleses da melhor qualidade, não aguentou.
Imagine o leitor o que deve ser aguentar o cheiro do Jucá, do Temer, do Geddel (quando solto), do Cunha (idem), do irmão do Geddel, dos amigos do Cunha, do Padilha, do Moreira, do Renan, do Meirelles (caramba!), do Marun e de outros produtores de uma poderosíssima catinga.
Há três anos, quando saiu do PT e se filiou ao PMDB, dirigindo-se ao então presidente do partido, Michel Temer, disse Marta: “A gente quer um Brasil livre da corrupção. Michel, conte comigo para reunificar os sonhos, reunificar o país. Vamos todos unir o Brasil”.
Realmente, a senadora estava no lugar errado. Trocar o PT pelo PMDB, em termos de corrupção, é a chamada troca de seis por meia dúzia.
Porém, há mérito de Marta Suplicy em, ao reparar na companhia de quem estava, sair do PMDB, assim como saiu do PT.
Em resumo, ela, por duas vezes, não suportou estar no meio de quem somente pensa em roubar o erário, em roubar o povo.
O que, aliás, é mencionado em sua carta, na sexta-feira:
“Não é novidade que os partidos políticos brasileiros, de forma geral, encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político. Não mais conseguem dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e nem tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias. Orientam suas movimentações políticas pela lógica exclusiva de fazerem crescer suas bancadas parlamentares com o objetivo perverso e mesquinho de fortalecerem-se na divisão e loteamento de cargos e espaços de poder.
“A relação de grande parte dos partidos e de parlamentares com o Executivo na base de nomeações e vantagens levou ao insuportável ‘toma lá dá cá’, afrontando todos os padrões de dignidade e honradez da sociedade. Esse sistema faliu e precisa ser, urgentemente, reformado.”
Abaixo, a íntegra da carta da senadora Marta Suplicy ao eleitorado paulista:
“Muitas vezes, vi-me em tempos de travessia. Em alguns deles, acreditei ter luzes no outro lado do rio. Agora, com toda a energia necessária para continuar remando, tomei a decisão sobre o futuro da minha vida política, encarando a realidade de frente, para poder seguir com coerência, ousadia e coragem.
“Anuncio que não concorrerei à reeleição a senadora da República pelo Estado de São Paulo e comunico a minha desfiliação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
“Não é novidade que os partidos políticos brasileiros, de forma geral, encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político. Não mais conseguem dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e nem tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias. Orientam suas movimentações políticas pela lógica exclusiva de fazerem crescer suas bancadas parlamentares com o objetivo perverso e mesquinho de fortalecerem-se na divisão e loteamento de cargos e espaços de poder.
“A relação de grande parte dos partidos e de parlamentares com o Executivo na base de nomeações e vantagens levou ao insuportável ‘toma lá dá cá’, afrontando todos os padrões de dignidade e honradez da sociedade. Esse sistema faliu e precisa ser, urgentemente, reformado.
“O Congresso Nacional, hoje, na sua maioria, não tem se colocado a favor das causas progressistas, fundamentais para o avanço da sociedade. Ao contrário, tornou-se refém de uma agenda atrasada dos costumes da sociedade, negando-se a reconhecer e a regulamentar as relações entre as pessoas de forma a contemplar as diversidades das sociedades modernas e a respeitar os direitos individuais do ser humano.
“Quero agradecer aos 8,3 milhões de paulistas que me deram a oportunidade de, nos últimos 8 anos, trabalhar como senadora defendendo as bandeiras que me levaram à vida pública: o combate às desigualdades e às injustiças sociais, a militância pelos direitos de cidadania das mulheres e da população LGBTI e pela igualdade de oportunidades para todos.
“Neste momento, creio que poderei contribuir mais para mudanças atuando na sociedade civil do que continuando no parlamento. Permanecerei participando politicamente da vida pública brasileira. A partir de 2019, não mais como parlamentar, mas em todas as trincheiras que me levem ao lado da defesa dos interesses dos mais pobres, dos injustiçados e na luta pelo empoderamento das meninas e das mulheres.
“Estou convencida de que o Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento estruturado que abranja setores fundamentais para o crescimento do país. Temos de aumentar, significativamente, a produção e a riqueza. Isso possibilitará todo brasileiro e toda brasileira terem educação de qualidade, saúde, segurança e um emprego para trabalhar e viver com dignidade.
“São Paulo, 03 de agosto de 2018.
“Marta Suplicy.”
Martha Suplicy deveria andar de ônibus às 6 da tarde no alto do verão pra saber o que é fedor. O fedor do povo desnutrido, sem esperança de uma vida melhor. Martha Suplicy nada mais é que o espelho do que é a esquerda no Brasil que adora viver na riqueza, vai a ótimos restaurantes, se hospeda nos melhores hotéis 5 estrelas, frequentam spas, viagens internacionais, tudo às custas dese povo que tando eles dizem defender, mas que na verdade, usam o povo apenas para ganharem eleição. Assim são Manuela Dávila, Maria do Rosário, Luciana Genro, Raul Carrion. Turminha que nunca andou de ônibus, e só aparecem em época de eleição. Bando de picaretas.