Mauro Cid, testemunha da trama golpista, inicia pena e tira tornozeleira

Tenente-coronel Mauro Cid em depoimento no Senado (2023) (Foto: Evaristo Sá - AFP)

Ex-ajudante de Bolsonaro cumpre 2 anos em regime aberto após acordo e aceleração do processo

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que testemunhou e confirmou a trama golpista, passou a cumprir pena, nesta segunda-feira (3), e deixou de usar tornozeleira eletrônica. Ou seja, ele fica sem monitoramento.

A liberação ocorreu após o STF (Supremo Tribunal Federal) concluir o julgamento relativo a ele no processo sobre a tentativa de golpe.

Cid foi condenado a 2 anos em regime aberto, com medidas cautelares, e teve descontado o período de prisão preventiva, por cerca de 6 meses.

Ele foi o único réu a não apresentar embargos de declaração — recurso —, o que adiantou o início da execução da pena.

Os demais condenados, entre eles Bolsonaro, ainda aguardam a análise de recursos, o que suspende o início da pena.

PAPEL DE CID

Ex-homem de confiança do então presidente, Cid se tornou peça central nas investigações sobre a tentativa de ruptura institucional.

Ele firmou acordo de colaboração premiada com a Justiça e forneceu documentos, mensagens e gravações que detalharam reuniões e planos para contestar falsamente o resultado das eleições, manipular dados, pressionar as Forças Armadas e articular a “minuta de golpe”.

Foi de Cid a revelação sobre a minuta que “oficializaria” juridicamente o golpe para manter Bolsonaro no poder, elaborada no entorno presidencial, além de registros que reforçaram a atuação de ex-militares e auxiliares próximos do ex-presidente.

A colaboração dele foi decisiva para traçar a rota da conspiração e isolar o ex-presidente no processo judicial.

“NÚCLEO CRUCIAL”

O STF deve iniciar, na próxima sexta-feira (7), o julgamento dos recursos apresentados pelo ex-presidente e os outros 6 réus do “núcleo 1” o “núcleo central” da trama golpista.

O caso será analisado pelos ministros da Primeira Turma em sessão virtual. Eles terão até a outra sexta-feira (14), para depositar os votos. Luiz Fux, que trocou de Turma, não participa.

Nesta segunda-feira (3), as defesas apresentaram os recursos chamados “embargos de declaração”, que buscam esclarecer omissões ou contradições do acórdão de julgamento.

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