MDB associa Carlos Bolsonaro a rachadinha em resposta ao ataque a Simone Tebet

Senadora Simone Tebet (MDB-MS) na CPI da Pandemia. Foto: Marcos Oliveira - Agência Senado

A senadora Simone Tebet (MS) e seu partido, o MDB, responderam a uma provocação do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), e ironizou as “rachadinhas” que toda a família Bolsonaro fez em seus gabinetes.

“Caro vereador, o sr. não vai conseguir ‘rachar’ a credibilidade da primeira mulher da história a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal”, respondeu o partido.

No Twitter, Carlos Bolsonaro pegou um trecho de uma fala de Simone Tebet e tirou de contexto para tentar passar a imagem de que ela tentava proteger os governadores e prefeitos que eventualmente cometeram crimes com recursos passados pela União para o combate ao coronavírus.

“Não é porque o recurso é federal, e foi repassado para Estados, e houve malversação do dinheiro público, que ele pode ou deve ser investigado por esta comissão”, diz Simone no trecho publicado.

Entretanto, Carlos Bolsonaro omitiu o restante da fala da senadora. Simone Tebet diz que a decisão deve ser tomada coletivamente, mas a Constituição e o Supremo Tribunal Federal (STF) apontavam que a investigação deveria acontecer no âmbito dos Estados e dos municípios.

Tebet respondeu na publicação dizendo que “você sabe que essa fala foi tirada de contexto e não é isso que eu defendo. Não difunda desinformação”.

“Existem os Ministérios Públicos estaduais que cumprem muito bem sua função, e o senhor sabe disso”, publicou o MDB.

Existem fortes indícios de que a rachadinha, nome popular para o crime de peculato, era organizada nos gabinetes de Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, no de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e no de Carlos, na Câmara do Rio de Janeiro.

Um áudio da ex-cunhada de Jair Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, confirma a existência do esquema criminoso nos gabinetes de Jair e no de Flávio Bolsonaro.

Na gravação, Andrea Siqueira Valle, que é irmã da ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, relata que seu outro irmão, André, que foi assessor de Bolsonaro, era pressionado e foi demitido porque devolvia um valor inferior ao “combinado”.

“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, ele devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”, diz Andrea no áudio.

No mesmo áudio, Andrea diz que ela devolvia a maior parte de seu salário no gabinete de Flávio Bolsonaro para o então deputado estadual.

“Eu ficava com mil e pouco e ele ficava com sete mil reais”, disse Andrea.

Segundo o UOL, que analisou os dados da quebra de sigilo bancário dos funcionários de Carlos Bolsonaro na Câmara, quatro deles sacaram 87% do salário que recebiam. Ao todo, foram sacados R$ 570 mil.

É comum nos esquemas de rachadinha que os funcionários saquem seus salários para passarem aos chefes.

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