A média de juros dos empréstimos consignados do programa Crédito ao Trabalhador registrou forte alta, subindo de 44% para 58,4% ao ano, desde o início do programa, em março, até setembro. Alguns bancos chegam a cobrar 185% de juros na modalidade de empréstimos, que quase triplicou no mesmo período, chegando a 6.399 concessões.
Os juros são menores do que outros tipos de crédito disponíveis no mercado, mas são o dobro do que é concedido para os servidores públicos e aposentados e pensionistas do INSS. Enquanto na categoria consignado CLT, o juro é de 58,4%, o consignado para o servidor público é 24,4% e para beneficiários do INSS, 24%.
De acordo com economistas, a facilidade do crédito, com menos burocracia, e, muitas vezes, a falta de informações claras sobre os juros, fazem com que o trabalhador pegue o crédito sem saber que as prestações vão pesar no final do mês.
Em reportagem ao Infomoney, o presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Educação Financeira (Abefin), Reinaldo Domingos, avalia que já que a taxa de juros do consignado CLT é mais baixa do que dos empréstimos de maneira geral – porque conta com a garantia do desconto em folha e ainda do valor acumulado no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que serve como “caução” para que o empréstimo seja quitado em caso de demissão – ele deveria dar ao sistema de crédito a possibilidade de conceder juros menores ainda, relativos aos beneficiários do INSS e aos servidores públicos.
Outra “armadilha” para o trabalhador é que o uso do FGTS como garantia para o empréstimo o deixa vulnerável quando ele mais precisa, isto é, quando está desempregado, pois estará comprometido com o pagamento da dívida.











