
Em vídeo que viralizou nas redes sociais, uma médica australiana que está tratando das vítimas em Gaza, descreveu o horror do genocídio infligido por Israel contra a população palestina.
A doutora Nada Abu Alrub viajou para Gaza com a Associação Médica Palestina Australiana e de Nova Zelândia. Ela disse que constantemente vê corpos de palestinos aos pedaços e que famílias inteiras estão sendo massacradas.
Em um vídeo postado pelo site de notícias TRT Español, ela disse que teve que fazer uma cesariana em uma mulher decapitada, grávida de nove meses, morta nos ataque das forças de Israel contra Gaza.
“Tinha essa mulher, decapitada. Sim, decapitada, que estava grávida de nove meses. E nós tivemos que fazer uma cesária de emergência” ela, relatou.
“Estamos fazendo esse vídeo por que sabemos que podemos morrer a qualquer momento. Infelizmente.”
“Nosso alojamento está na antiga sala de partos. Como podem ver, este é o hospital, ele está todo bombardeado. Mas os bombardeios continuam, quando viemos do centro para o norte, pensamos que estávamos evacuando”.
“Em vez de 20 minutos na estrada, levamos cerca de 8 horas para chegar.”
“E quando chegamos, bombardeio atrás de bombardeio, com os Apaches, F-35, F-16, barcos, todos os tipos de armas nos atacando de todos os lados do hospital”.
“A quantidade de pacientes e a quantidade de cadáveres que chegam, é ridículo. Então, basicamente, pessoas mortas. Temos mais de 1.500 pessoas, mortas, sob os escombros, no hospital.”
“A maioria, digamos uns 70-80% de nossos pacientes são crianças e mulheres grávidas. Portanto, a situação aqui é simplesmente desastrosa, Eu não posso descrever.”
“Em meio ao fluxo maciço de vítimas, hoje não há internet nem eletricidade. Ainda estamos sem Wi-Fi, então não podemos nos comunicar com nossas famílias. Não podemos publicar nossas fotos. E eles nos pedem para ficar em silêncio, se não, nossas vidas estarão em perigo.”
“O que isso deveria significar? Estamos apenas dizendo o que está acontecendo. Não temos permissão para mostrar as fotos. Por que é tão traumático que a postagem não é permitida. Mas estamos documentando isso como parte do que está acontecendo, para o futuro, porque alguém precisa ver isso.”
“Alguém precisa ajudar essas pobres pessoas. Os médicos aqui não vêm trabalhar porque estão mortos. Suas famílias estão mortas. Ou eles foram instruídos a ir para o sul, pelo menos, para se salvarem de serem mortos.”
“Então, quem ficar aqui sabe que será morto e não poderá voltar. Então essa a situação tem que parar”.
“Por favor, alguém pode parar com esse terror e horror?”