Médico receitar cloroquina é válido, diz Queiroga

O médico Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde. Foto: Reprodução - TV Globo

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que seguirá a política ditada por Jair Bolsonaro e dará continuidade ao trabalho de Eduardo Pazuello.

“A política é do governo Bolsonaro. A política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo”, disse Queiroga, ao ser questionado sobre uma possível mudança na política de vacinação.

“O ministro Pazuello tem trabalhado arduamente para melhorar as condições sanitárias do Brasil e eu fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho”, continuou.

Depois de um mês desde o começo da vacinação, apenas 4,76% da população foi vacinada. Isso equivale a 10 milhões de pessoas que receberam pelo menos a primeira dose.

A vacina que está sendo mais utilizada é a CoronaVac, que Jair Bolsonaro chamou de “vachina” e vetou um acordo de compra do Ministério da Saúde.

“O governo está trabalhando, as políticas públicas estão sendo colocadas em prática. Pazuello já anunciou todo o cronograma da vacinação em entrevista ontem”, disse Queiroga.

Em entrevista à CNN, Marcelo Queiroga disse que é preciso “assegurar que a atividade econômica continue, porque a gente precisa gerar emprego e renda. Quanto mais eficiente forem as políticas sanitárias, mais rápido vai haver uma retomada da economia”.

Para o novo ministro de Bolsonaro, “lockdown deve ser uma medida usada apenas em situações extremas e não pode ser adotada como uma política de governo”.

Queiroga, que é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), já fez diversas críticas ao uso da cloroquina no tratamento de Covid-19.

Mesmo admitindo que a “evidência científica não está comprovada”, Queiroga disse que os “médicos têm autonomia para prescrever”.

Depois que anunciou a saída de Eduardo Pazuello, Jair Bolsonaro se reuniu com outros candidatos para o cargo e recebeu sugestões de aliados, mas ignorou todas. Os partidos do chamado “centrão” apoiaram, entre outros, o nome de Ludhmila Hajjar. Ela teve o apoio de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

A médica recusou ser ministra diante da bagunça que é o governo. Ludhmila foi até ameaçada por bolsonaristas por não aceitar ser uma figura decorativa no Ministério e aplicar a política criminosa de Bolsonaro na saúde.

Insatisfeito, o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), aliado de Lira, afirmou que “não adianta trocar o ministro se o presidente continuar sabotando a implementação das práticas de combate ao coronavírus que são adotadas pelo mundo inteiro”.

Marcelo Queiroga é o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro desde o começo da pandemia. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich saíram porque defendiam a quarentena e não quiseram apoiar o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19.

Para o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, “não adianta mudar ministro se atitudes [de Bolsonaro] forem as mesmas” diante da pandemia.

O ex-ministro avalia que Pazuello, general da ativa, causou muito estrago à imagem do Exército com sua gestão caótica à frente da pasta. “O Exército sai muito arranhado desse episódio”, observou.

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