No Rio de Janeiro, médicos e enfermeiros do atendimento básico de saúde protestam contra o sucateamento da saúde e atraso de salários. Tendo decretado estado de greve, aqueles que são obrigados por lei a continuar trabalhando carregam no peito recado para a população: “Estamos trabalhando sem salário”.
A prefeitura, além de atrasar o repasse de verba para as Organizações Sociais (OSs) que administram parte da saúde da cidade, havia anunciado o fechamento de 11 Clínicas da Família e a demissão de mil funcionários. A partir disso, os trabalhadores de diversas áreas da saúde têm organizado manifestações e decretaram estado de greve contra o desmonte que a saúde do Rio de Janeiro tem sofrido.
O atraso no repasse de verba começou em 2015, e desde então, aconteceu diversas vezes, o que acarretou na redução de medicamentos e demora no pagamento dos salários.
“Até o início de janeiro deste ano, chegou a faltar 70% dos medicamentos. Falta remédio para hipertensão, diabetes e até dipirona”, contou um médico à UOL.
De acordo com Moisés Vieira Nunes, presidente da Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (AMFaC-RJ), “cada médico é responsável por uma área com três mil pessoas. Estamos não apenas deixando profissionais sem pagamento, mas penalizando a população mais pobre. Das 1200 equipes de atendimento à saúde básica, 100 estão sem médicos”, afirma Nunes.