Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o “PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral [de 2018]”.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o candidato a presidente do governo Temer em 2018 não será Geraldo Alckmin, do PSDB, porque os tucanos resistem a colaborar com o governo.
Segundo ele, o “PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral [de 2018]”. “Não há, pelo menos até o momento, um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas” do governo, disse o ministro, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, da segunda-feira (4 de dezembro).
Ele disse que não descarta ser o candidato de Temer (que ostenta a impressionante popularidade de 3%) e que, se for, defenderá “o legado deste governo, do qual sou parte”.
Sobre sua ligação com a JBS, em que foi presidente do conselho da J&F Participações, dona da JBS, e embolsou R$ 40 milhões por ano, em 2012, ele admitiu que “isso sempre pode ser usado contra mim” na campanha eleitoral, mas ameaçou os seus concorrentes: “também contra outros candidatos existem pontos que podem ser usados”.
E escamoteou sua participação no grupo, dizendo que “não existia nenhum relacionamento [meu] de ordem política ou conhecimento das operações do grupo”.
Os tucanos reagiram aos ataques de Meirelles. “É uma deslealdade dele com o PSDB”, disse o deputado Ricardo Tripolli, líder do PSDB na Câmara. “Em vez de verificar quantos votos o partido dele (PSD) têm na base, Meirelles fica atacando o PSDB. Isso de defender o legado do Temer é besteira”, completou. O presidente interino do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman, também repreendeu o ministro da Fazenda de Temer. “Ele falou mais do que devia”, afirmou Goldman.