O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, andou pregando em pelo menos quatro eventos promovidos pela Assembléia de Deus onde defendeu que o povo deve “gastar só o que ganha, não tomar dinheiro emprestado para fazer gasto corrente”, conforme declarou em entrevista ao Estadão. No mês passado, ele gravou um vídeo para pastores evangélicos pedindo oração pela geração de empregos.
Meirelles disse que se aproximou da Assembleia de Deus porque a igreja “compartilha da mesma mensagem de gastar só o que se ganha” .
“Estive também com outros segmentos, não só a Assembleia de Deus. Já falei para pastores presbiterianos, sindicalistas e comunidade acadêmica internacional. Em resumo: procuro diversificar ao máximo. Agora, evidentemente que eu falar com investidores e mercados, todo mundo acha normal, não é notícia”. Aos “investidores”, de preferência estrangeiros, o ministro da JBS garante que os recursos do Tesouro, a transferência do dinheiro público para os bancos e demais rentistas não vai faltar, seja pelo pagamento de juros, seja para privatizar o patrimônio do povo brasileiro.
Assim como declarou aos privatistas da saúde, em evento da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), em São Paulo, na quinta-feira (5): “a prioridade absoluta, seja do presidente da Câmara ou do Senado ou do executivo, é a votação da Previdência”.
Meirelles assevera que a aprovação do desmonte da Previdência Social será em novembro, depois de afirmar diversas vezes que seria aprovado em outubro.
Com a economia no fundo do poço, o mentor da PEC da Morte, que congelou os gastos com saúde, educação, segurança, etc, etc, por 20 anos, transferiu para os bancos, de janeiro a agosto, para pagar juros, R$ 271,078 bilhões de recursos públicos, o equivalente a 6,26% do Produto Interno Bruto (PIB).