Indicado por Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro André Mendonça defendeu na segunda-feira (7) que é preciso “respeitar” as manifestações antidemocráticas que estão ocorrendo desde a vitória de Lula (PT) nas eleições presidenciais.
Para o ministro, os atos de apoiadores de Bolsonaro que não aceitaram o resultado do pleito devem ser respeitados desde que transcorram de forma “pacífica”.
“O papel de todos nós é de serenidade, de respeitar essas manifestações pacíficas. E ao mesmo tempo buscar gerar uma pacificação no ambiente nacional que nos ajude a desenvolver e olhar pro futuro numa boa perspectiva”, disse Mendonça a uma jornalista após participar de um evento no Rio de Janeiro.
Questionado se ele via os protestos como legítimos, mesmo diante de reivindicações como intervenção militar e fechamento do STF, ele reiterou a posição favorável. “Desde que pacíficas e que respeitem direitos fundamentais das outras pessoas, sim”, afirmou.
A posição de Mendonça difere, e muito, da apresentada pelo ministro Alexandre de Moraes, além de outros magistrados da Corte. Na semana passada, Moraes chamou de criminosos passíveis de punição grupos bolsonaristas que contestam o resultado emanado das urnas.
O resultado da eleição, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 50,9% dos votos, contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL), foi anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 30 de outubro.
Após o encerramento da apuração, grupos bolsonaristas passaram a contestar o resultado das eleições em manifestações onde pedem um golpe de Estado, promovendo bloqueio de estradas e outros distúrbios pelo Brasil.
André Mendonça foi escolhido para compor o STF e qualificado por Bolsonaro como o “terrivelmente evangélico”.
Mendonça já foi ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Justiça e Segurança Pública, com uma atuação sempre marcada por agir em nome dos interesses de Bolsonaro.