Hassan Diab, garoto de 11 anos que aparece no vídeo usado como “evidência” do “ataque a Douma” por armas químicas, integrou delegação de moradores e profissionais de saúde da aldeia à sede da Organização Para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em Haia, no dia 26 de abril.
Hassan e os demais integrantes da delegação negaram – ao relatarem os acontecimentos do dia 7 de abril – qualquer presença de tais produtos que teriam sido atirados sobre a aldeia, conforme amplamente propalado pela mídia pró-império e usado como pretexto para ataque a mísseis contra a capital Damasco pelos Estados Unidos, França e Inglaterra.
Hassan contou que ele e sua mãe estavam em um porão, protegidos de bombardeio e saíram para buscar alimento. Foi quando ouviram gritos chamando a todos os que estavam na rua a irem ao hospital. Lá chegando lhe despejaram água no rosto e o mandaram embora em seguida.
Ele e os demais presentes a Haia esclareceram que o vídeo onde aparecem médicos despejando água de mangueira sobre o rosto de pessoas, supostamente atingidas pelo gás, colocando máscaras de inalação em crianças (não se sabe como as havia em tal profusão numa região sob cerco e em intensa disputa militar), não passa de encenação filmada e apresentada como “evidência” do ataque.
Outra das testemunhas locais à OPAQ, Abdurahman Hijazi, morador de Douma, disse que teve problemas respiratórios devido a fumaça de um prédio atingido por uma bomba nas proximidades do local em que estava. Surgiram pessoas, se dizendo “defesa civil”, que o levaram ao hospital local. Lá dentro essas pessoas “começaram a criar um clima de histeria dizendo que se tratava de um ataque químico”.
Said Daaz, que trabalhava no dia do suposto ataque, no Laboratório do Hospital de Douma, viu a movimentação próxima e chegando ao local o viu cheio de água no piso e gente gritando que estava havendo um ataque químico, “mas tudo que pude sentir foi cheiro de fumaça comum”.
Um enfermeiro do pronto-socorro do hospital, Muvaffak Nasrim, disse que veio até ele uma pessoa trazendo uma menina dizendo que ela estava sofrendo por conta de um ataque químico. Nasrim disse, em Haia, que a examinou e que ela não mostrava nenhum sinal de distúrbio por inalação de químicos. Ele a liberou em seguida.
Uma das testemunhas foi o cirurgião Jassim Al Majid, que trabalha no hospital. Ele disse que as hostilidades atingiam moradores e chegavam pessoas feridas ao hospital. Declarou que lhe trouxeram uma menina dizendo que ela sofrera ataque químico. “Ela estava úmida mas não havia sinais de inalação de produto químico. A envolvi em lençóis e em seguida lhe dei alta”.
Perguntaram ao Dr. Majid se ele fora pressionado para dar seu testemunho.
O cirurgião respondeu: “Esta é uma pergunta estranha. Eu e meus amigos viemos aqui para contar a verdade. Ninguém nos orientou sobre o que dizer”.
O representante da Rússia, na conferência de imprensa em Haia, Alexander Shulgin, declarou que, por orientação dos norte-americanos, nenhum representante dos países que atacaram a síria sobre o pretexto de responder a ataque químico sobre civis compareceu. “Eles devem estar com vergonha de olhar nos olhos do garoto que desmentiu o ataque”, declarou Shulgin.