Anunciou na quinta-feira que vai ao STF contra os governadores por supostos aumentos do ICMS. Mentira. Não há aumento nenhum das alíquotas do ICMS. Bolsonaro é o responsável pelos preços dos combustíveis na refinaria
Jair Bolsonaro não faz a menor cerimônia em mentir despudoradamente para seus seguidores e para o país inteiro. Ele afirmou, na quinta-feira (2), em sua live, que irá entrar com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os governadores pelos aumentos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) dos combustíveis.
Ele sabe que os frequentes aumentos dos combustíveis não se devem à nenhuma variação da alíquota do ICMS, que é fixa e não é alterada há muito tempo. Quem autoriza aumentos frequentes na gasolina, no óleo diesel e no gás de cozinha é o governo federal, ou seja, é o próprio Jair Bolsonaro, através da Petrobrás. Só esse ano a gasolina teve um aumento de 50% nas refinarias e de 32% nas bombas. Nada a ver com os governadores.
“Toda vez que aumenta o combustível, eles [governadores] aumentam quase o dobro do que se registra lá na origem. Isso é uma maneira dos governadores ganharem mais dinheiro. E não tem exceção. Todos fazem exatamente a mesma coisa. Arredondando os números, o preço da gasolina poderia estar R$ 1,20 mais barato hoje”, afirmou o presidente. Pura demagogia e cinismo de quem só está agravando a vida do povo. O ICMS é fixo. A culpa pela disparada dos preços é exclusivamente dele.
O mentiroso aumenta o preço do combustível na Petrobrás quase toda semana e o valor bruto que é arrecadado com o ICMS sobre os combustíveis, que é um percentual fixo sobre este preço, logicamente, sobe, mas não há aumento nenhum da alíquota do ICMS. Os aumentos dos preços dos combustíveis na refinaria são decididos exclusivamente por Bolsonaro, o que ele está tentando esconder da opinião pública. É por isso que inicia mais essa briga no STF. A tendência é perder de novo, como quase tudo que chega à Suprema Corte.
Como a conversa fiada de culpar o ICMS pelos aumentos lá atrás não tinha colado, Bolsonaro fez uma tremenda demagogia, anunciando a redução por três meses do IPI dos combustíveis, além de trocar o presidente da Petrobrás. Demitiu o anterior porque todo mundo via que quem aumentava o preço era a Petrobrás. Não adiantou nada. O preço da gasolina continuou subindo.
Bolsonaro falou muito, esbravejou, atacou todo mundo, mas não mudou nada na política de preços. Nem ele e nem o novo presidente tocaram na criminosa dolarização da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Ou seja, os preços continuaram subindo atrelados ao dólar e ao preço do barril de petróleo lá fora.
Agora, cada vez mais desmoralizado com a explosão de preços, não só dos combustíveis mas também da cesta básica, da conta de luz, dos aluguéis, etc, ele volta a apontar – literalmente – o seu fuzil para os governadores.
Agora, busca estrangular os serviços públicos (hospitais e escolas públicas) dos estados e dos municípios, que dependem do ICMS, ou seja, quer punir a população, porque não teve coragem de contrariar os acionistas estrangeiros da Petrobrás que estão cada vez mais ricos com essa política. São eles que ganham muito com os preços dos derivados atrelados ao dólar e ao barril de petróleo no mercado internacional. O brasileiro só perde com essa politica.
O capitão cloroquina fala grosso contra governadores e prefeitos eleitos pelo povo, mas fala fino com os magnatas da bolsa de Nova Iorque que detêm as ações da Petrobrás e exigem a manutenção dessa política desastrosa que dá lucros estratosféricos a eles e está inviabilizando os transportes coletivos e individuais no país. Fala fino com aqueles que estão ganhando bilhões, enquanto boa parte da população está andando a pé e voltando a cozinhar com fogão à lenha em razão do preço do botijão de gás que, no governo Bolsonaro, está custando R$ 100 e, em alguns lugares, R$ 130.