O psicopata não é necessariamente, como se pensa na comunidade leiga, o autor de crimes brutais. Nem todo psicopata é violento, embora a sua imagem esteja associada aos crimes em série. Afinal, as barbáries chocam o grande público porque ganham, pelos contornos de sangue, grandes espaços na mídia. O que se sabe com segurança, entretanto, é que todo serial killer é um psicopata, mas nem todo psicopata é um criminoso em série (ou mesmo autor de crime com componentes de violência física). Estima-se que 1% da população mundial seja constituída de psicopatas e 4% tenham graves desvios de personalidade. Assim, o Brasil teria pelo menos dois milhões de psicopatas, ao mesmo tempo em que, pelos registros policiais, não possui mais do que 50 assassinos na linha de serial killers.
“Mentirosos contumazes governam o país”, diz jurista

“O exercício contumaz da mentira há de ser banido pela consciência cidadã. Quem mente de forma despudorada, manipula pessoas para os seus propósitos, aproveita-se dos cargos para benefício próprio e não mostra nenhuma habilidade para a gerência dos interesses sociais não é político, embora se apresente como tal. É transgressor ou aventureiro. Política é a ciência da governança; e político é aquele capaz de unir o seu povo, planejar serviços públicos e promover o desenvolvimento e a paz.” Com essa pontuação, o jurista Léo da Silva Alves se alinha ao professor Paulo de Morais, ambos numa trilha de pregação da ética na política, respectivamente no Brasil e Portugal.
Paulo de Morais concorreu à Presidência da República em 2016 e fez história na pregação contra a corrupção, a ineficiência da máquina pública e a manipulação dos grandes interesses econômicos em Portugal. Em visita ao Brasil em junho de 2015, declarou: “Os partidos do poder transformaram os processos eleitorais em circos de sedução em que acaba por ganhar quem é mais eficaz a enganar os cidadãos. As eleições transformaram-se assim em concursos para a escolha do maior mentiroso. E o troféu em jogo neste concurso é a chefia do Governo”. A pintura que trouxe da política portuguesa serviu na medida ao que se assiste no cenário brasileiro: “Temos em Portugal uma política onde a mentira tem sido a marca recorrente. Os candidatos t udo prometem em campanha e uma vez no poder esquecem os seus compromissos eleitorais”.
Na mesma trajetória, Léo da Silva Alves tem proferido conferências no Brasil e no exterior denunciando a farsa da democracia quando dominada pela manipulação: alavancado pelo Movimento Cívico Nacional, que se integrou ao Partido Pátria Livre, o professor de Direito reconhece que nas campanhas eleitorais a mentira apresenta-se de corpo inteiro. “Muitos candidatos apostam na maquiagem como argumento de sedução. Na propaganda eleitoral, são vários os que aparentam quinze anos a menos. Recursos de computação gráfica garantem fotografias retocadas com requinte. A tecnologia consegue tudo: suaviza as rugas, limpa e endireita os dentes, aumenta ou alisa o cabelo.”
O político psicopata
O emprego sistemático da mentira é algo que pode ser associado à psicopatia. “Os políticos costumam aferrar-se ao poder como psicopatas”, diz Hugo Marietan, médico-psiquiatra argentino e professor na Universidade de Buenos Aires em entrevista ao jornal La Nación. A questão não é estranha. A Universidade de British Columbia, no Canadá, tem estudos relevantes sobre o que se denomina “psicopatas corporativos”. Invariavelmente inteligentes e charmosos, eles estão instalados nas grandes organizações públicas e privadas e tramam o tempo todo na busca insaciável de poder.
A grande maioria dos psicopatas está nas ruas, nas empresas, em lares bem postos e, evidentemente, dentro do serviço público, com presença expressiva em cargos de mando. Aqui, inclusive, por uma questão muito especial: o psicopata vive do poder. Acomodados em bons ofícios, experimentam a oportunidade singular de manipular pessoas e obter vantagens de toda espécie.
Nem sempre o indivíduo acometido desse distúrbio pratica a maldade por ser este o resultado que quer. A regra é outra: é uma pessoa extremamente individualista que procura facilitar as coisas para si, sem se importar se isso causará tristeza ou prejuízo a alguém. Às vezes, causa; às vezes não. Em prejudicando terceiros, todavia, em levando até um país à desgraça, em nada se importa porque é absolutamente desprovido de sentimentos.
Para Da Silva Alves, que trata desse tema em Academias de Polícia e Escolas de Governo, “os eleitores, jornalistas e meios formais de controle precisam estar atentos ao fenômeno. O número de portadores deste transtorno cresce vertiginosamente nos altos escalões da República. Escândalos que se sucedem na Praça dos Três Poderes, nos Parlamentos e governos de Estados e Municípios país afora podem ter, na origem, indivíduos acometidos de doença moral”.
Respostas de 2
Políticos brasileiros são mentirosos contumazes, tal qual os dirigentes palestinos
Os políticos a que se refere o jurista nada têm a ver com os palestinos. Por falar nisso, é muito fácil ficar do lado dos opressores. Experimente ficar do lado dos oprimidos, que isso estimula o talento e a inteligência.