Para o presidente do BNDES, “preço estava errado”
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES ), Aloizio Mercadante, criticou o processo de privatização da Sabesp no seminário “Conexões que transformam: Saneamento e Sociedade”, promovido pelos jornais O Globo, Valor Econômico, rádio CBN e Águas do Rio.
Mercadante avalia que o processo de privatização da maior e mais importante companhia de saneamento do Brasil, a Sabesp, foi feito por um preço “errado”.
“É muito difícil entender como, numa empresa daquela, é feito um processo de privatização com quase 20% abaixo do preço de mercado”, comentou Mercadante na quarta-feira (11). “Imagina se algum empresário vendesse sua empresa 20% abaixo do preço de mercado, que está tabelado pelas ações que estão na Bolsa de Valores”, acrescentou .
Aloizio Mercadante também questionou a ausência no certame de mais interessados em controlar a campainha.
“Ah, mas teve 30 vezes mais capital na segunda etapa’. [Teve] porque o preço estava errado. Eu me pergunto por que as grandes empresas não disputaram a maior empresa [de saneamento] do Brasil e a segunda maior do mundo”, afirmou.
Em julho deste ano, o governo de São Paulo, que está sob o comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), entregou o controle da Sabesp para a Equatorial Energia, após oferta pública de ações da companhia na Bolsa de Valores de SP (B3), por R$ 6,9 bilhões. Ao todo, o governo paulista arrecadou R$ 14,77 bilhões.
No certame, as ações vendidas pelo governo paulista foram precificadas em R$ 67 – um valor quase 20% inferior ao preço do papel da Sabesp na época (R$ 87). Esse valor foi definido após a Equatorial (única a apresentar interesse em controlar a maior empresa de saneamento da América Latina) apresentar sua proposta de comprar 15% das ações da Sabesp.
Na avaliação de Mercadante, o BNDES deveria ter participado do desenho da privatização da Sabesp, disse que “é preciso cobrar do setor público os melhores modelos de privatização, para ter eficiência, para que os melhores ganhem, para que a gente avance”.
No evento, Mercadante apresentou a esteira de projetos de água e esgoto estruturados ou em estruturação pelo banco de fomento em diversas regiões do país, no qual os leilões devem ocorrer até 2026. As iniciativas, em sete estados, somam R$ 83 bilhões de investimentos, com participação estimada de R$ 29,5 bilhões do BNDES.
Talvez seja interessante explicar o rombo financeiro nas federais que está ocorrendo em 2024.
Acabar com cabide de emprego também é bom.
A Sabesp era uma estatal estadual. E nunca foi cabide de emprego. Aliás, pelo que aconteceu com a Eletropaulo, depois de transformada em Enel, podemos prever o que acontecerá com a Sabesp.