A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu por unanimidade, na quarta-feira (28), enviar o caso da deputada e pastora Flordelis (PSD-RJ), apontada pela polícia como mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo, para a Comissão de Ética, que encaminhará o processo de cassação do mandato.
Por conta da pandemia, a Comissão não está se reunindo.
Para o corregedor da Câmara, Paulo Bengtson (PTB-BA), os fatos apurados no inquérito que investiga a morte do pastor Anderson do Carmo “constituem indícios suficientes de irregularidades ou de infrações às normas de decoro e ética parlamentar”.
Anderson foi assassinado em 2019. As investigações mostraram que Flordelis envolveu os filhos biológicos e adotivos que tinha com o pastor na organização do assassinato.
Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por ser a mandante da morte do marido.
A deputada bolsonarista nega o envolvimento e diz que é vítima de uma perseguição.
O relatório apresentado por Paulo Bengtson à Mesa Diretora “foi aprovado de forma unânime e será encaminhado o caso da deputada Flordelis para a comissão de ética que, segundo o presidente, será encaminhada e retomada na próxima semana”, informou.
“Nós julgamos a quebra de decoro. Então, demos admissibilidade e seguimento para o Conselho de Ética e a comissão é quem vai fazer a devida análise de que punições [ela] poderá ter”, continuou.
Para que Flordelis tenha seu mandato cassado, a Comissão de Ética aprovará a representação com denúncia de quebra de decoro parlamentar e os deputados federais deverão confirmar a decisão em plenário.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer que as reuniões da Comissão de Ética voltem a acontecer na próxima semana, mesmo que virtuais, mas as conversas não foram encerradas.
A Mesa Diretora a Câmara é composta pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Luciano Bivar (PSL-PE), Soraya Santos (PL-RJ), Mário Heringer (PDT-MG), Expedito Netto (PSD-RO) e André Fufuca (PP-MA).