Os trabalhadores da indústria metalúrgica alemã entraram em greve, na terça-feira (30), em defesa de aumento salarial e redução da jornada. A greve foi anunciada pelos trabalhadores após uma maratona de negociações, que se arrastam desde o inicio do ano entre o sindicato “IG Metall” e o setor patronal.
“Precisamos intensificar a pressão contra os empregadores nos próximos dias, só assim eles poderão demonstrar alguma disposição com nossas propostas”, afirmam os trabalhadores grevistas ao defender suas exigências: aumento salarial de 8%, bem como a redução da jornada de 35 para 28 horas semanais para os trabalhadores com recém nascidos. Os empresários, por sua vez, recusaram a proposta limitando o aumento a 6,8%, assim como rejeitaram a demanda por jornadas mais curtas.
Está é a primeira greve nacional do ano com duração de 24 horas, e a ela já aderiram mais de 250 empresas, resultado de um movimento que vem crescendo desde o começo do ano, muitas vezes sem o apoio do principal sindicado do setor, o IG Metall. A mobilização já reuniu mais de um milhão de trabalhadores em dezenas de manifestações por todo o país.
Enquanto os trabalhadores almejam intensificar a luta por direitos, inclusive o de seguir trabalhando, as principais lideranças da IG Metall, a exemplo de Jorg Hofmann, presidente do sindicato, sublinham a necessidade de se alcançar um acordo rápido junto às empresas de forma “moderadas” e sem “radicalizar o movimento”, deixando de lado a luta contra as demissões, já anunciadas por empresas como a Siemens, Bombardier e Thyssenkrupp.
Além disso, o sindicato ignora o trabalho precário existente no país. “Trabalho como temporário na Bombardier desde outubro passado”, disse Robert, um trabalhador temporário contratado pela Bombardier Transportes, em Hennigsdorf. “Nós enfrentamos problemas diferentes por aqui, bem distantes da necessidade de reduzir a jornada. Jamais seremos contratados em período integral e isso é triste. Como trabalhadores temporários, ganhamos 400 euros a menos do que a força de trabalho regular pelo mesmo trabalho. Isso quando não trabalhamos mais, porque como temporário você tem um emprego sem segurança e está sob pressão constante para trabalhar mais”.
GABRIEL CRUZ