
Mais de mil trabalhadores da General Motors (GM) e lideranças sindicais protestaram na manhã de quinta-feira (26), em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) contra as demissões nas unidades da multinacional em São José dos Campos, São Caetano e Mogi das Cruzes.
Os trabalhadores, que estão em greve desde o anúncio das despensas, no sábado (21), aprovaram a continuidade da paralisação até que todas as demissões sejam suspensas. De acordo com o sindicato, 1.200 trabalhadores foram demitidos nas três unidades, por e-mail ou telegrama, em pleno fim de semana, sem nenhuma negociação prévia com os sindicatos e ainda descumprindo acordo de estabilidade no emprego.
Após o protesto, os metalúrgicos, com seus uniformes de trabalho, saíram em passeata pelas ruas do centro de São José dos Campos portando faixas e cartazes, exigindo da montadora o cancelamento das demissões e cobrando medidas concretas a favor dos trabalhadores do governo federal e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
“Empresa que recebe dinheiro público e isenção de impostos tem de ser proibida de fazer demissões”, dizia uma das faixas, fazendo referência aos R$ 50 milhões em benefícios fiscais que a General Motors recebeu somente este ano.
Conforme a entidade, embora a empresa tente justificar as demissões usando o argumento de queda nas vendas, os licenciamentos de veículos Chevrolet cresceram 6,35% entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
“A GM não pode simplesmente descumprir o acordo de estabilidade e desrespeitar a legislação que prevê a obrigatoriedade de negociação prévia em caso de demissão em massa. Mas nós não vamos abaixar a cabeça. Essa fábrica só volta a rodar depois que cancelar as demissões”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Renato Almeida.
Na tarde desta sexta-feira (27) os sindicatos dos metalúrgicos dos três municípios e a General Motors participam de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, para discutir o processo de dissídio coletivo de greve movido pela empresa.
No sábado (28), acontece uma Mediação Coletiva de Trabalho com a participação dos três sindicatos e a GM, convocada pelo Ministério do Trabalho. A reunião acontece na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, na capital paulista.