Os operários da Mercedes-Benz, no ABC, decidiram, em assembleia realizada na última segunda-feira (21), por manter a greve em defesa de reajuste e contra qualquer medida da reforma Trabalhista. Intransigente, a empresa entrou na Justiça do Trabalho na tentativa de acabar com as paralisações.
A empresa não concedia reajustes salariais aos trabalhadores há cinco anos, dando somente abonos, que não influenciam nos valores de 13º e de férias remuneradas. Nas negociações para o Acordo Coletivo de 2018 a empresa alemã insistia em reduzir os direitos, como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e propunha 0% de reajuste salarial. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, “a empresa quer excluir itens como a cláusula de estabilidade ao acidentado, a complementação salarial até 120 dias de afastamento e a cláusula de salário admissão”.
Os operários tentaram negociar, também, que fosse incluída uma pauta que dissesse explicitamente que não haveria a aplicação de nenhuma medida da reforma Trabalhista. Nesse cenário, os trabalhadores optaram pelas paralisações como forma de pressionar pela aprovação das cláusulas sociais.
Como evidente tentativa de criminalizar o movimento grevista, a Mercedes-Benz apelou à Justiça do Trabalho, entrando com um pedido de julgamento da greve. Para o sindicalista Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, “diante dessa posição, nossa greve está mantida e continuamos tentando estabelecer um diálogo com a direção”.