
O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente da República pelo PPL (Partido Pátria Livre), defendeu nesta sexta-feira, em ato no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a retomada do projeto de nação que foi interrompido em 1964 com a derrubada do governo do então presidente Jango, seu pai, e os conseguintes 21 anos de ditadura.
“O presidente João Goulart não conseguiu colocar em prática o seu projeto, as reformas de base, que abririam caminho para o Brasil se tornar uma potência econômica, um País rico e desenvolvido para o povo brasileiro”, disse João Goulart Filho na abertura de sua conversa com trabalhadores, dirigentes sindicais, jovens e lideranças políticas no auditório lotado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
João Goulart Filho lembrou que no dia 13 de julho de 1962, seu pai, o “Jango dos trabalhadores”, instituiu o 13º Salário, vigente até hoje. Ele afirmou que vai revogar a reforma trabalhista que tirou direitos dos trabalhadores. “Vou revogar a lei trabalhista do Temer (lei 13.467/2017), pois ela é injusta ao cortar direitos, extinguir a contribuição sindical e enfraquecer a Justiça do Trabalho”, disse o presidenciável.
Ele argumentou que é preciso baixar os juros que estão consumindo, segundo dados oficiais, R$ 400 bilhões por ano. “Se computarmos a rolagem da dívida chega-se a 52% do orçamento federal comprometido com esses pagamentos”, denunciou. João Goulart defendeu a elevação dos investimentos públicos para, segundo ele, “puxar os investimentos privados”. “Com a redução dos juros, os empresários poderão investir seu dinheiro na produção porque não terão ganho fácil do mercado financeiro”, destacou.

Ele defendeu duplicar o salário mínimo em quatro anos. “Jango, quando era Ministro do Trabalho de Getúlio, dobrou o salário mínimo em trinta dias, lembrou. Para o pré-candidato, isso é necessário para ampliar o mercado interno. Defendo a ampliação do mercado interno como forma de possibilitarmos a retomada do crescimento econômico, com geração de empregos e garantia de direitos. “O país hoje está com 27 milhões de pessoas sem emprego. Metade desempregada e a outra metade no subemprego. Temos que enfrentar essa situação”, disse ele.
João Goulart se comprometeu com a defesa das “estatais estratégicas e indispensáveis à soberania nacional”. Ele disse também que é contra a reforma da Previdência pretendida por Temer e pelo mercado. “Os direitos garantidos não podem ser desmobilizados. É preciso cobrar quem deve à Previdência”, assinalou Goulart.

O encontro foi aberto pelo secretário-geral Jorge Carlos de Morais, o Arakém, que destacou a importância da participação dos trabalhadores nas eleições gerais deste ano.
Miguel Torres, presidente do Sindicato, da CNTM e interino da Força Sindical, criticou o governo Temer por ter congelado por 20 anos os investimentos em áreas sociais (educação, saúde etc.) e em ciência e tecnologia, disse que a lei da reforma trabalhista, ao atender apenas aos interesses do capital, precarizou as relações de trabalho, não gerou emprego e aprofundou a crise.
“Podemos reverter este cenário de crise, promovendo debates como este, com candidatos progressistas, melhorando a qualidade do voto nas eleições, com consciência de classe, trabalhando contra a reeleição de quem votou e age contra os interesses da classe trabalhadora e elegendo líderes realmente comprometidos com as questões sociais e trabalhistas e com o futuro do País”, disse Miguel Torres. Falou também o diretor Nelson Aparecido Cardim, o Xepa.
O também metalúrgico Ubiraci Dantas, presidente da CGTB e membro do Pátria Livre, parabenizou a iniciativa do Sindicato e lembrou que a categoria metalúrgica esteve sempre à frente das grandes lutas por democracia e conquistas de direitos para toda classe trabalhadora. “As propostas que os metalúrgicos de São Paulo estão agora entregando aos pré-candidatos a presidência da República são muito importantes para a retomada do desenvolvimento econômico do País”.
Assista ao pronunciamento do presidenciável
https://www.facebook.com/joaogoulart54/videos/2042927682691426/
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Jango deveria desvincular os salários e tributos da empresa: quem paga é o consumidor