Os trabalhadores metalúrgicos realizaram atos em frente às concessionárias da Renault pelo país, nesta quinta-feira (30), contra as demissões feitas pela montadora na unidade de São José dos Pinhais, no Paraná. Ao todo, 747 trabalhadores foram demitidos e o terceiro turno foi fechado.
Segundos o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), cerca de 40% dos demitidos estavam afastados por motivos de saúde e que agora, além de prejudicados por um cenário de crise econômica, também ficarão sem assistência médica.
A montadora alega que adota “soluções de flexibilidade” desde o início da pandemia para enfrentar a queda nas vendas e a falta de perspectiva de retomada do mercado.
O sindicato denuncia que foram concedidos R$ 12 bilhões à Renault e outras empresas do estado em incentivos fiscais, que preveem a contrapartida de garantia de manutenção do nível do emprego. A entidade diz ainda que a montadora também aderiu ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal. Pelo dispositivo, a empresa teve sua folha de pagamentos custeada com recursos públicos para mitigar os impactos econômicos da pandemia.
“Parece que é uma equipe nova que está medindo força com os trabalhadores, mas da pior maneira. Estão expondo os trabalhadores, neste momento de pandemia, à demissão, mandando embora quem está em tratamento médico. É um absurdo”, diz o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Miguel explicou, antes das atividades, que os protestos pelo país são para denunciar ao conjunto da população o que está acontecendo na montadora. “Claro que são manifestações pequenas, por causa da pandemia, o pessoal usará máscara, serão poucas pessoas. Mas diversos lugares vão chamar atenção para que a empresa sente para negociar de novo”.
Na capital paulista, ocorreram quatros atos nas duas concessionárias do Ipiranga e no escritório da Vila Olímpia, zona sul e na Vila Guilherme, zona norte da cidade. Na quarta-feira (29), foras os metalúrgicos da região de Osasco, na Grande São Paulo, que protestaram contra as demissões da montadora.
Os atos foram organizados pelo Movimento Brasil Metalúrgico, que congrega dirigentes ligados a diversas centrais sindicais.