Na última quarta-feira (17), os sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Araraquara lançaram um manifesto unificado contra a venda da Embraer para a norte-americana Boeing.
Segundo manifesto das entidades, “a Embraer detém tecnologia para desenvolvimento e produção de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, além de peças aeroespaciais, satélites e monitoramento de fronteira. É, portanto, estratégica para o Brasil. Sua entrega, total ou parcial, representa risco à soberania nacional”.
Apesar de o governo Temer afirmar que não há um plano de venda, executivos da Embraer e da Boeing tem se reunido constantemente nos últimos dias. Até mesmo o ministro da Defesa de Temer, Raul Jungmann, se encontrou com representantes da norte-americana para “tratar de parceiras estratégicas”.
“Qualquer transação comercial que represente a transferência de controle da Embraer será prejudicial ao país e merece a rejeição de toda sociedade. A empresa gera 17 mil empregos diretos e 5 mil terceirizados no Brasil, é a terceira maior exportadora do país, com plantas em São José dos Campos (sede), Gavião Peixoto, Botucatu, Taubaté e Sorocaba. Vendê-la seria repetir e aprofundar o erro cometido em 1994, quando foi privatizada”, relembram os trabalhadores.
O vice-presidente do Sindicato de São José dos Campos, Herbert Claros afirmou que “a venda para a Boeing é um caminho às escuras. Essa empresa é protecionista e não hesitará em fechar as unidades do Brasil ao menor sinal de crise nos Estados Unidos”. Ele lembrou do caso da McDonnell Douglas Corporation, que foi a terceira maior fabricante de aviões comerciais e militares do mundo, mas foi fechada após ser comprada pela Boeing, em 1996.
“A história de fusões e construção de monopólios mostra que o resultado dessas transações são demissões, retirada de direitos e fechamento de fábricas. Não podemos fechar os olhos para esta realidade”, conclui o texto.