
Em assembleia na manhã desta sexta-feira (24), os metroviários de São Paulo decidiram encerrar a greve que paralisou quatro linhas desde a madrugada de quinta-feira (22). Com resultado apertado – 30 votos de diferença dos 3 mil participantes –, a assembleia acatou a proposta feita pelo governo de São Paulo para o pagamento do abono salarial.
O Sindicato dos Metroviários considerou a proposta muito ruim, mas decidiu indicar o encerramento da paralisação para que ela não prosseguisse até o fim de semana, e continuar a negociação nos próximos dias.
“Embora a proposta seja ruim, seja muito pouco, a gente acha importante aceitar essa proposta e sair da greve por cima. Porque não existe condições da gente continuar a greve no final de semana”, afirmou Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
A proposta do governo, enviada ao sindicato durante a madrugada, é pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil – a reivindicação da categoria é abono de R$ 2,5 mil pelos últimos três anos. O governo também se comprometeu com a instituição de Programa de Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024, e afirmou que não haverá punição aos grevistas e nem desconto dos dias de greve.
A categoria também reivindica, além do pagamento de abonos salariais de Participação nos Resultados de 2020, 2021 e 2022; revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos ocorridos em 2019, fim das terceirizações e a abertura de concurso público.
A paralisação dos metroviários foi marcada pelo desentendimento entre o governo e a categoria, que se acirrou ainda mais com o que os trabalhadores e o sindicato consideram uma manobra feita pelo governador Tarcísio de Freitas, que anunciou acordo com os metroviários para liberar as catracas à população durante o andamento das negociações e logo depois voltou atrás. Os metroviários chegaram a voltar ao trabalho para o atendimento à população, mas o funcionamento do Metrô não foi liberado.
“Os metroviários estão revoltados com o que o governador Tarcísio fez ontem, com aquela mentira em relação à catraca livre. Essa postura, que nós entendemos como uma molecagem, um desrespeito, gerou uma enorme indignação na categoria, que já estava muito insatisfeita com as condições de trabalho no Metrô”, disse a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa.