
Os metroviários de São Paulo decidiram, por ampla maioria, encerrar a paralisação marcada para a próxima terça-feira, 27 de maio. A decisão foi tomada em assembleia online realizada na quinta-feira (22), e contou com a participação de 2.774 trabalhadores. Com 79,16% dos votos, a categoria decidiu aceitar a proposta apresentada pelo governo e suspender a greve.
Entre os principais pontos da proposta está o reajuste salarial de 5,01%, sendo 4,01% incorporados imediatamente ao salário, vale-alimentação e vale-refeição, e 1% destinado ao custeio do plano de saúde. A expectativa é que esse 1% volte a ser incorporado ao salário em maio de 2026, quando também será aplicado um novo reajuste, com base na inflação.
Outras conquistas incluem a renovação do Acordo Coletivo por dois anos, abono salarial em três parcelas — R$ 2.500 em junho de 2025, R$ 1.250 em fevereiro de 2026 e mais R$ 1.250 em junho do mesmo ano — e o fim da exigência anual de laudo médico pericial para integrantes do grupo TEA (Transtorno do Espectro Autista), considerada uma vitória importante pela categoria.
Além disso, a Participação nos Resultados (PR) de 2025 será paga no primeiro semestre de 2026, com valores que podem chegar a R$ 9.670.
Outro ponto de destaque no acordo é a suspensão por dois meses do edital de terceirização da manutenção, uma das principais pautas dos trabalhadores, que repudia também qualquer proposta de privatização do sistema metroviário. O pagamento dos chamados “steps”, promoções por progressão de carreira, também foi garantido para os 33 técnicos que ainda não haviam sido contemplados.
A assembleia presencial, no dia 21, realizada na nova sede do Sindicato dos Metroviários no bairro do Belém, na zona leste da capital, contou com a presença de 278 trabalhadores e reforçou a disposição da categoria em continuar mobilizada. Segundo o sindicato, a unidade demonstrada nesta negociação é um sinal claro de que a categoria seguirá resistido à privatização do Metrô, pauta prioritária da gestão do governador Tarcísio de Freitas.