O Sindicato dos Metroviários de São Paulo condenou o anúncio da empresa de que irá cortar 10% do salário dos funcionários no mês de julho.
Segundo o Sindicato, o anúncio, em meio a negociações de um Acordo Coletivo, foi feito de surpresa em comunicado do Metrô de São Paulo na quinta-feira (23). “Além de impor cortes de vários direitos, agora querem cortar salários dos trabalhadores. Se não houver recuo, a categoria vai entrar em greve”, afirma a entidade.
Nesta segunda-feira (27), o sindicato participou de uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para negociação e a categoria reforça que a reivindicação é a manutenção do atual acordo, com os salários e direitos garantidos.
“O sindicato só quer a manutenção do Acordo Coletivo que venceu em 30 de abril. Estamos até abrindo mão do reajuste salarial para ter a manutenção de todas as cláusulas do Acordo”, disse o Rogério Malaquias, representante da categoria.
Segundo Wagner Fajardo, que participou de entrevista coletiva na última sexta-feira, o Metrô vem mantendo a intransigência nas negociações. “Pegou de surpresa anunciando reduzir 10% salários de todos os metroviários. Além disso, o Metrô não está fazendo propostas para o Sindicato, mas ou no Tribunal do Trabalho ou direto na categoria”, disse.
Segundo Fajardo, a MP 936, do Governo Federal, que prevê redução de salário proporcional à redução de jornada de trabalho, não se aplica aos metroviários das linhas estatais pelo fato de o Metrô de São Paulo ser de economia mista, não privada.
O sindicato reivindica ainda que a empresa reverta a redução da participação do Metrô no pagamento do plano de saúde, redução do adicional noturno (de 100% para 20%) e a redução da hora extra (de 100% para 50%), medidas anunciadas durante a pandemia.
A medida de corte salarial, segundo o comunicado do Metrô, seria para compensar a queda na arrecadação da empresa, causada pela pandemia do coronavírus e ao repasse inferior às necessidades da empresa feito pelo governo do estado.