A subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio pediu a condenação do deputado federal Nelson Meurer (PP/PR) e dois filhos pelos crimes de corrupçāo passiva e lavagem de dinheiro.
Meurer foi denunciado em outubro de 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob acusação de ter solicitado e recebido, em nome do PP, mais de R$ 357,9 milhões em propina – entre os anos de 2006 e 2014 – no esquema de corrupção montado por políticos e empreiteiros para assaltar a Petrobrás.
A acusação tem como ponto de partida a colaboração premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e tido como homem do PP na estatal.
O julgamento da Açāo Penal (AP) 996 – a primeira no âmbito da Operaçāo Lava Jato a ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – foi iniciado pela Segunda Turma na terça-feira (15). O julgamento volta à pauta na sessão da próxima terça (22) e os ministros devem decidir se condenam ou absolvem o parlamentar e ainda seus dois filhos, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer.
Cláudia Sampaio citou provas como depoimentos de testemunhas, comprovantes de viagens, registros de hotel em Curitiba, comprovantes de depósitos bancários, planilhas, além de dossiês da Polícia Federal com “movimentaçōes financeiras incompatíveis com a renda” de Meurer.
A procuradora destacou que o parlamentar recebeu dinheiro para indicar Paulo Roberto Costa ao cargo e continuou recebendo valores ordinariamente para mantê-lo na função. Ela citou ainda um pagamento extraordinário no valor de R$ 4,5 milhões, pela empreiteira Queiroz Galvão, para financiamento da campanha eleitoral de 2010.
“O exercício da atividade parlamentar foi deturpado e tanto o acusado quanto outros investigados fizeram mercancia de suas funções. Receberam propina a título de exercer atividade parlamentar e ofereceram essa atividade como objeto de negociações”, afirmou a procuradora na sustentação oral.