Presidente Claudia Sheinbaum reitera compromisso com a Constituição e os principios das Nações Unidas, e convoca “o mundo inteiro a estar alerta para evitar qualquer intervenção” dos EUA ao país sul-americano
“Em virtude da declaração do presidente Trump e da situação na Venezuela, reiteramos a posição do México, em conformidade com a Constituição, de não intervenção, não interferência estrangeira, autodeterminação dos povos, diálogo e solução pacífica”, afirmou a presidente Claudia Sheinbaum, criticando a paralisia da Organização das Nações Unidas (ONU) diante da iminente invasão dos Estados Unidos ao país sul-americano.
Na avaliação da líder mexicana, é muito grave que em momentos de tamanha tensão militar a ONU não se pronuncie e simplesmente “não se tenha visto”. Claudia convocou ao organismo multilateral “a assumir o seu papel e evitar o derramamento de sangue, procurando sempre soluções pacíficas para os conflitos”.
“Esperemos que isso não aconteça. Todos precisamos estar vigilantes; o mundo inteiro deve estar alerta para evitar qualquer intervenção e garantir uma solução pacífica para qualquer disputa”, acrescentou.
Questionada se, dado ao risco iminente de uma agressão por tropas estadunidenses, poderia buscar líderes de governos progressistas da região, como Gustavo Petro, da Colômbia, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, para atuarem como intermediários, a presidente mexicana afirmou que essa seria uma opção, assim como a inclusão de outras nações do hemisfério.
“Também é importante se o México puder servir como ponto de negociação, um local de encontro, caso as partes assim o desejem… Elas teriam que nos propor; caso contrário, deveriam buscar mediadores para evitar qualquer conflito na região”, assinalou.
Agradecendo o pronunciamento, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, declarou: “Em nome do presidente Nicolás Maduro, expressamos nosso apreço pelas declarações da presidente do México, Claudia Sheinbaum, em apoio ao diálogo, à paz e ao respeito ao princípio da não intervenção, consagrado na Carta das Nações Unidas”.
Sheinbaum pediu aos mexicanos na Venezuela – 430 residentes e 20 visitantes – que entrem em contato com a embaixada mexicana em Caracas em vista do agravamento da crise.
Desde o começo do governo de Donald Trump e suas políticas anti-imigratórias, os Estados Unidos já deportaram 145.537 mexicanos. Do total de mexicanos expulsos, 130.364 receberam assistência consular antes de sua repatriação.











