O plano do PT de usar a popular figura da ex-presidente Dilma Rousseff como cabo eleitoral na campanha de reeleição de Fernando Pimentel em Minas Gerais e ainda tentar uma candidatura ao Senado, está indo de mal a pior. Desde a transferência do título eleitoral da ex-presidente do Rio Grande do Sul para Minas Gerais, o clima de desconforto no PMDB mineiro, principal aliado do PT no estado, vinha sendo notado, e acabou desembocando na abertura do processo de impeachment contra o governador.
O PMDB está preocupado com a chance de Dilma levar uma das vagas no Senado, depois do desgaste do PSDB por conta das investigações contra os senadores Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrella (PMDB). Os peemedebistas gostariam de ter o caminho aberto para encabeçar candidaturas para as duas cadeiras em disputa, enquanto os petistas viam a manutenção da aliança como fundamental para de reeleição de Fernando Pimentel. O PMDB lidera 164 prefeituras no estado, o PT lidera 41.
Houve ainda uma tentativa de acordo para lançar Dilma como candidata a deputada federal em uma coligação proporcional envolvendo o PT e o PMDB, mas ela não aceitou.
Na última quinta-feira (26), o até então aliado de Pimentel e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever Lopes, autorizou a abertura de um processo de impeachment contra o governador com base em supostos atrasos nos repasses a prefeituras, fornecedores e à Assembleia Legislativa.
Adalclever colocou-se como pré-candidato ao governo de Minas Gerais, assim como atual vice-governador, Antônio Andrade (PMDB).
“A abertura do processo de impeachment não tem relação com a candidatura da Dilma. Nós fomos aliados no passado. Agora, nessas eleições, uma nova aliança precisa ser feita que pode ser com o PT ou não. Mas, pelo que parece, não será”, disse o deputado.
Adaclever é filho do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG), que foi ministro de Dilma Rousseff e se licenciou para votar pelo impeachment da ex-presidente.
O clima interno no PT também não é dos melhores, já que a ala mais preocupada com a reeleição de Pimentel acha que Dilma trará mais problemas que benefícios ao governador.