Michelle, família e PL vivem caos e reunião de emergência é convocada

Michelle Bolsonaro em ato de Girão no domingo (Foto: Reprodução - GloboNews)

Falas da ex-primeira-dama sobre alianças no Ceará causaram um pandemônio. Filhos de Bolsonaro a chamaram de “autoritária”. PL diz que vai fazer reunião para “enquadrá-la”. “Ela provocou uma hecatombe no partido”, disse um integrante

As recentes falas de Michelle Bolsonaro provocaram um caos dentro do PL e da própria família.

Tudo começou no último domingo (30/11), quando ela participou do lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão ao governo do Ceará. Em discurso, ela declarou que foi precipitada a aliança entre o PL e Ciro Gomes, além de declarar apoio explícito ao senador do Novo. “Nós vamos nos levantar e trabalhar para eleger o Girão”, disse. “Essa aliança vocês se precipitaram em fazer”.

Os filhos de Bolsonaro reagiram. O primeiro a atacar a madrasta foi Flávio Bolsonaro, o senador do Rio e também conhecido pela armação das rachadinhas em seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.

“A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”, disse o filho mais velho de Jair Bolsonaro ao colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles.

Eduardo Bolsonaro foi atrás e apoiou o irmão. “Meu irmão Flávio Bolsonaro está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o André Fernandes o que foi feito no evento [em que Michelle criticou o parlamentar]”, escreveu Eduardo. “Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mau acordo, foi uma posição definida pelo meu pai. André não poderia ser criticado por obedecer o lider”, completou.

Carlos Bolsonaro escreveu que o irmão mais velho “está certo e temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças!”.

O clima dentro do PL azedou, está um pandemônio.

A crise escalou a tal ponto que a direção nacional do PL convocou reunião emergencial, para a tarde desta terça-feira (2) para “enquadrar” Michelle e restabelecer algum controle sobre o processo.

Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, um integrante do partido resumiu o tom do encontro: “A ideia é dar uma enquadrada nela. Ela provocou uma hecatombe no partido e virou um agente de desestabilização”.

Um dirigente resumiu o clima: “Faltou prudência, sobrou voluntarismo. E estamos pagando a conta.” Outro foi mais duro: “Carisma não substitui método; e método é o que faltou”.

ALIANÇAS SOB RISCO

O estrago deixou sequelas. Alianças consideradas estratégicas para expandir a presença do PL no Nordeste foram seriamente abaladas. Lideranças municipais e estaduais, que já tratavam com desconfiança o protagonismo crescente da ex-primeira-dama, reagiram mal ao que classificam como “interferência sem tato e sem experiência”.

Em alguns municípios, pré-candidaturas alinhadas à sigla tiveram a viabilidade questionada após as movimentações de Michelle.

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