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Ela instigou ativamente pelo golpe junto com um grupo de bolsonaristas, como o general Mario Fernandes, Onyx Lorenzoni, Eduardo Bolsonaro, entre outros
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, contou em sua delação premiada que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, “quase pirou” e pediu para seu marido “fazer alguma coisa” quando viu a mudança saindo do Palácio da Alvorada no fim do governo.
Jair organizou um golpe de estado para manter-se no poder, mas não conseguiu o apoio do Alto Comando das Forças Armadas e foi obrigado a recuar.
Em sua colaboração premiada, Mauro Cid relatou a reação de Michelle Bolsonaro ao perceber que seu marido foi derrotado nas eleições e não conseguiu dar um golpe.
Ela era, junto com outros bolsonaristas como o general Mario Fernandes, Onyx Lorenzoni, Eduardo Bolsonaro, entre outros, parte de um grupo considerado “radical” em defesa do golpe.
“E a própria primeira-dama né. Quando… muito mais desespero de mulher, quando ela viu a mudança dela saindo, ela quase que pirou. Em pânico. Ela falava pra gente que tinha que fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa”, falou o ex-ajudante de ordens.
Segundo ele, esse grupo “radical” conversava “constantemente com o ex-presidente, instigando-o a dar um golpe de Estado. Eles afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe”.
CACs são aqueles com licença de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador para posse de arma. O grupo foi muito favorecido ao longo do governo Bolsonaro, tendo passado de 117 mil certificados, em 2018, para 783 mil em 2022.
Na sexta-feira (21) Michelle Bolsonaro fez um discurso em um evento do PL e não mencionou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu marido. Ela disse somente que seu marido é “perseguido” e não tem “um dia de paz”.
Bolsonaro, por outro lado, falou que está “cagando” para “a prisão”.
Ele foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado pode levar a uma pena de prisão superior a 39 anos, caso seja máxima.
Veja a íntegra do depoimento de Mauro Cid: