Os principais jornais do mundo, como The New York Times, The Guardian e outros, têm noticiado as ilegalidades cometidas por Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), no Brasil e não aderiram à narrativa bolsonarista de “censura”.
A suspensão do Twitter no Brasil ocorreu na noite de sexta-feira (30), após a rede social ignorar a notificação da Justiça brasileira para apresentar um representante legal no país.
O The New York Times, um dos principais jornais dos Estados Unidos, escreveu que, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes tem agido para “reprimir ameaças à democracia online”.
O X de Elon Musk, no entanto, “parou de cumprir” as ordens do ministro e fechou seu escritório no Brasil.
Outro jornal importante nos EUA, The Washington Post, destacou que Elon Musk “está arriscando um dos maiores mercados do X para defender Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que começaram a divulgar falsas narrativas de fraude eleitoral antes da candidatura do presidente de direita à reeleição em 2022”.
Elon Musk passou pessoalmente a disseminar mentiras sobre a democracia no Brasil. O bilionário publicou em seu perfil que Alexandre de Moraes “se envolveu em interferência eleitoral séria”, sem apresentar qualquer evidência disso.
Para o jornal The Guardian, da Inglaterra, “Elon Musk está transformando rapidamente a sua enorme riqueza – ele é a pessoa mais rica do mundo – numa enorme fonte de poder político inexplicável que agora apoia Trump e outros autoritários em todo o mundo”.
Uma coluna publicada no diário diz, logo em seu título, que “Elon Musk está fora de controle”.
O francês Le Monde publicou que “por mais brutal que seja, a decisão não é nenhuma surpresa. Ela vem sendo preparada há meses, se não anos”, por conta das investigações sobre “disseminação de informações falsas ou à existência de ‘milícias digitais’ que supostamente usam várias plataformas de mídia social para espalhar suas mensagens no Brasil”.
Já o Xinhua, jornal da China, afirmou que o Twitter “estava em conflito com de Moraes há meses por causa da recusa da plataforma em cumprir ordens judiciais para remover perfis que promovessem conteúdo relacionado ao golpe ou prejudicassem a democracia”.
O jornal ainda citou um trecho da decisão de Moraes na qual o ministro aponta que o X foi instrumentalizado para facilitar a “atuação de grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio e antidemocráticos”.