“Estamos, realmente, em um quadro de insanidade da mais absoluta”, alerta o jurista
O jurista Miguel Reale Jr. deu entrevista à Rádio Guaíba na segunda-feira (29) e fez duras críticas a Jair Bolsonaro. Reale se mostrou indignado com as declarações recentes de Bolsonaro, que atingiram o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.
“Estamos, realmente, em um quadro de insanidade da mais absoluta. Não é mais caso de impeachment, mas de interdição”, disse Reale. “É um fato gravíssimo. Há mais de um ano, disse que quem fosse democrata não deveria votar no Bolsonaro”.
O jurista prestou solidariedade ao presidente da OAB e afirmou que Bolsonaro “ofendeu todos que prezam pelos direitos humanos”.
Reale relembrou o discurso feito por Bolsonaro no voto pelo impeachment de Dilma, quando homenageou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, em São Paulo, durante a ditadura.
Lideranças do PSDB também criticaram, na segunda-feira (29), a declaração de Jair Bolsonaro contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. O partido realizou a sua convenção nacional na segunda-feira (29). Antes, o governador João Doria já criticara o ataque de Bolsonaro a Felipe Santa Cruz.
Para o presidente da legenda, o tucano Bruno Araújo, o ataque de Bolsonaro a Santa Cruz, ao falar sobre seu pai desaparecido político no período da ditadura militar, foi “desrespeitoso, abusivo e lamentável”, pois Bolsonaro não tem o poder de reescrever a história: “Um Líder pode até fazer história, mas não tem o poder de reescrevê-la”, disse ele.
Já o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), que é presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço intelectual tucano, escreveu em suas páginas nas redes: “Que nojo”.
O protesto dos tucanos foi em relação à declaração de Bolsoanro de que “um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”. Mais tarde Bolsonaro afirmou que Fernando Santa Cruz teria sido morto pela própria organização na qual militava. Documentos da Aeronáutica desmentem essa declaração e relatam a prisão do jovem militante da Ação Popular.
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