
22.000 caminhões de socorro humanitário estão atualmente bloqueados nos portões de entrada do território palestino sitiado, enquanto Israel intensifica sua campanha de genocídio utilizando a fome em massa como forma de devastação da população
“Confirmamos que há atualmente mais de 22.000 caminhões de ajuda humanitária estacionados nos portões de passagem da Faixa de Gaza, a maioria dos quais pertence à ONU, organizações internacionais e diversas entidades”, assinalou o Gabinete de Imprensa de Gaza em um comunicado divulgado no domingo (03).
Apontando que “a ocupação israelense está deliberadamente impedindo a entrada dos caminhões como parte de uma política sistemática de fome, cerco e caos”, o Escritório de Gaza descreveu a situação como um “crime de guerra em larga escala”.
Destacou também que o bloqueio da ajuda humanitária viola o direito internacional e contribui para o crime de genocídio em curso contra o povo palestino.
A declaração responsabilizou os EUA e seus aliados ocidentais e regionais por seu apoio incondicional ao genocídio israelense em Gaza.
“Consideramos a ocupação israelense, juntamente com os estados envolvidos por seu silêncio ou cumplicidade, totalmente responsáveis pelo agravamento da catástrofe humanitária”, frisa a declaração.
As autoridades palestinas pediram a entrada imediata e incondicional de todos os caminhões detidos, a reabertura total das travessias de fronteira e a entrega segura de ajuda aos civis de Gaza “antes que seja tarde demais”.
MILHARES DE CRIANÇAS COM DESNUTRIÇÃO GRAVE
Pelo menos 325 pessoas em Gaza foram assassinadas na semana passada pelas forças israelenses enquanto tentavam obter alimentos perto dos locais da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), administrada pelos EUA.
Agências da ONU relatam que mais de 6.000 crianças palestinas estão sendo tratadas por desnutrição grave como resultado do bloqueio total de Gaza.
Porém, quando pelo menos 175 pessoas, incluindo 93 crianças, morreram de fome em Gaza desde que o regime israelense iniciou a guerra, Israel rejeitou os pedidos da ONU, de agências humanitárias e de líderes mundiais para permitir a entrada de mais caminhões de ajuda humanitária na região sitiada para aliviar a crise.
Toda a população palestina dependia completamente das agências da ONU e de outros parceiros para distribuir alimentos e Israel desmantelou esse sistema e o substituiu por um mecanismo apoiado pelos EUA, o que, segundo trabalhadores humanitários e autoridades de Gaza, só agravou a crise.
REGIME DE NETANYAHU ACELERA GENOCÍDIO
Fontes médicas informaram nesta segunda-feira que o número de mortos na Faixa de Gaza é de 60.939, a maioria crianças e mulheres, desde o início da agressão israelense lançada em 7 de outubro de 2023.
As mesmas fontes especificaram que 150.027 pessoas ficaram feridas desde o início da ofensiva, enquanto muitas vítimas permanecem presas sob os escombros, inacessíveis às equipes de resgate e defesa civil devido aos bombardeios contínuos e à falta de recursos.
Nas últimas 24 horas, 94 corpos de pessoas (incluindo 4 recuperados das ruínas) e 439 feridos foram levados para hospitais em Gaza.
Desde que o exército israelense quebrou o cessar-fogo em 18 de março, o número de mortos é de 9.440 mártires e 37.986 feridos.
Enquanto isso, o número de palestinos mortos tentando obter ajuda humanitária nas últimas 24 horas subiu para 29, com 300 feridos. Isso eleva o total de mortes para 1.516 e o número de feridos para 10.067 entre aqueles alvejados enquanto tentavam obter ajuda alimentar.