“O chefe da aliança de lobos da Otan não é bem-vindo em Atenas”, disseram os manifestantes ao indesejado Mark Rutter.
Milhares de pessoas marcharam em Atenas na terça-feira (26) para repudiar a chegada do novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, à Grécia e para denunciar a guerra por procuração na Ucrânia e o genocídio em Gaza. “Feche as bases dos EUA e da Otan”, exigiu a multidão.
Os manifestantes bradaram, ainda, “Grécia fora da guerra” e “o chefe da aliança de lobos da Otan não é bem-vindo em Atenas”.
Em um comunicado divulgado antes do protesto, os comunistas gregos advertiram que Rutte pretende aprofundar o envolvimento de Atenas na Otan em um momento em que “planos para escalar a guerra na Ucrânia estão surgindo” e Israel está perpetrando “genocídio de palestinos em Gaza”.
Ao se alinhar com os EUA e a OTAN, o governo grego é cúmplice do “genocídio de Gaza”, declararam os manifestantes, informou a mídia local Press Project.
Rutte, ex-primeiro-ministro holandês que substituiu em julho o veterano Jens Stoltenberg nas relações públicas da Otan, se reuniu com o primeiro-ministro conservador grego, Kyriakos Mitsotakis, e o ministro da Defesa, Nikos Dendias.
O PC grego pede a saída da Grécia do bloco militar encabeçado pelos EUA, a remoção de suas bases do país, bem como o redirecionamento dos fundos destinados à guerra para uma melhor educação e saúde para os gregos.
No início deste mês, manifestantes bloquearam vários caminhões que transportavam armas e munições destinadas ao regime de Kiev e os picharam com os dizeres “Assassinos da Otan go home”.
O comboio foi forçado a desistir de atravessar a cidade grega de Tyrnavos, na Tessália, tendo que prosseguir por uma estrada secundária. O rechaço foi apoiado pelo prefeito local.
Membro da OTAN, a Grécia tem fornecido armas e munições à Ucrânia, o que incluiu dezenas de veículos blindados de fabricação soviética. No início deste ano, Atenas se juntou ao programa de treinamento de ucranianos para pilotar os F-16 entregues a Kiev.
A presença de Rutte na vizinha Turquia também foi hostilizada por manifestantes, que se expressaram contra a Otan e contra as ameaças de guerra nuclear na Europa, enquanto o governo fim de linha de Joe Biden acelera as provocações no pouco tempo que lhe resta na Casa Branca.