O comandante militar, Slobodan Praljak, tomou alguns goles de veneno e morreu diante de seus algozes, os juízes do Tribunal Internacional Criminal para a ex-Iugoslavia (ICTY, sigla em inglês).
Antes de ingerir o veneno, Praljak proclamou: “Não sou um criminoso e não aceito essa condenação”. O juiz já havia pronunciado a sentença de 20 anos de cadeia para o militar.
A sessão daquele dia, 29, foi suspensa e o juiz mandou que trouxessem uma ambulância.
Prajalk, que é croata, integrou a antiga multi-étnica Iugoslávia para cujo desmembramento, contribuiram com lutas inter-étnicas estimuladas os Estados Unidos e, a seu mando, a Otan. O país foi dividido à força sob bombas que mataram aos milhares, em especial nas regiões onde havia resistência à divisão.
As forças interventoras recorreram a expedientes sórdidos como apoio financeiro e logístico a bandos de marginais convertidos em terroristas, como em Kosovo, operações de bandeira trocada e outros.
Terminada a guerra, com a Iugoslávia já dividia em minirepúblicas, EUA inventou e fez passar pela ONU um simulacro de Tribunal para reescrever a história, dos crimes praticados pela Otan, da investigação sobre as bombas forâneas, nada.
Quanto aos comandantes militares a acusação, que não cabe aos juízes impostos ao país, baseada em depoimentos de testemunhas sigilosas.
O advogado Cristopher Black, que pede a anulação do julgamento de outro comandante da ex-Iugoslávia, o sérvio, Ratko Mladic, (que também protestou aos brados sua inocência e não reconhecimento do tribunal impostor), denuncia que “o tribunal é apenas um arranjo para a Otan, que o usa para os interesses do bloco para o qual atua”.
“Está mais do que claro que a Otan queria montar um tribunal que ela pudesse controlar totalmente. A Otan criou um tribunal que usa metodologia fascista”, acrescentou Black.
“Protocolos ultrajantes, testemunhas secretas, enquanto os acusados são desnudados de forma indigna. As testemunhas são orientadas sobre o que devem dizer”, destaca o advogado.
“Advogados que realmente querem lutar não são admitidos para defender os réus. Quando há recursos, os juízes que julgam as apelações são os mesmos que atuam como se passassem da acusação à apelação por portas giratórias. Eles dirigem, arranjam os mecanismos e determinam os resultados, as condenações”, finalizou Black.
GABRIEL CRUZ