Forças Armadas se opuseram à tentativa de golpe planejado pelo ex-presidente e seus auxiliares
A presença dos comandantes militares legalistas ao ato em defesa da democracia que se realiza nesta quarta-feira (8) revela que os setores golpistas, além de terem sido barrados em sua tentativa de impedir a posse do presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, estão perdendo ainda mais espaço nos dias de hoje dentro das tropas.
Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, “a presença dos comandantes do Exército, general Tomás Paiva, da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, e da Marinha, almirante Marcos Olsen, mostra que as Forças Armadas se opuseram à tentativa de golpe no país e que a cúpula militar foi contra o planejamento e os atos golpistas de 8 de janeiro”.
O ministro José Múcio tem reiterado que a cúpula militar, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, não embarcou na aventura golpista. O ministro da Defesa se refere à posição dos ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Baptista Junior que disseram ao ex-presidente não concordarem com uma intervenção militar para mantê-lo no poder. Freire chegou a ameaçar Bolsonaro de prisão.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 371 incitadores ou executores das invasões aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2022. Vários militares que se envolveram no golpe, como o general Braga Neto, que era vice de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordem de Bolsonaro, já foram punidos. Este último acabou fazendo um acordo de colaboração premiada e deu detalhes da trama golpista.
Dois outros militares presos foram o general de brigada Mário Fernandes e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo – ambos da divisão conhecida como “kids pretos”. Eles foram presos em 19 de novembro, na operação Contragolpe da Polícia Federal. Mário Fernandes teve participação direta no plano que previa o assassinato do presidente Lula, do vice, Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribuna Federal (STF).