O ministro da Justiça, Flávio Dino, denunciou que bolsonaristas estão tentando amedrontá-lo com ameaças, mas que não se intimida “com ‘gabinetes de ódio'”. Disse, ainda, que “minha mão não treme quando estou enfrentando fascista”.
Em suas redes sociais, Dino contou que está, desde domingo (14), “recebendo dezenas de mensagens agressivas e ameaçadoras” em seu Whatsapp.
“Todas com clara inspiração política em segmentos extremistas. Claro que não me intimido com ‘gabinetes de ódio’. E estou adotando as providências legais cabíveis”.
Segundo o ministro, bolsonaristas começaram a enviar mensagens para seu número pessoal chamando-o de “bandido”, “ladrão” e “filho da puta”. “As investigações estão em andamento para identificar as pessoas”, informou.
Ao UOL News, Flávio Dino falou que está “tranquilo”.
“Minha perna não treme, a voz não treme, a mão não treme, quando estou enfrentando fascista. Pode botar um fascista, 10, 20, 30. Eu tenho esse espírito de missão”.
“Nós precisamos conter o nazifascismo no Brasil”, sublinhou.
Flávio Dino virou alvo dos bolsonaristas por ser um dos protagonistas no enfrentamento ao golpismo e às degeneradas ideias nazistas.
O ministro da Justiça é figura central na perseguição aos terroristas do dia 8 de janeiro e no debate sobre a regulação das redes sociais.
Os deputados e senadores contrários ao governo já o convocaram para ir ao Congresso várias vezes para pressioná-lo com mentiras e ataques, mas não conseguiram colocá-lo contra a parede. Muito pelo contrário, deram palco para o ministro da Justiça de Lula escrachar os bolsonaristas. Um tiro no pé, como se diz por aí.
As respostas de Dino, embasadas na Constituição Federal e com um tom irônico, foram muito mais comentadas nas redes sociais do que as mentiras e ataques levantados pelos parlamentares da oposição.
“Eu vou para um debate, se a pessoa faz uma pergunta séria, eu respondo obviamente de modo simétrico. Se a pessoa se comporta de modo abjeto, de modo ridículo, tentando mentir, fraudar a verdade, é um recurso retórico legítimo o uso do humor, porque você contrasta com essa pessoa violenta, obsessiva, que está ali querendo lhe agredir, ameaçando”, ensinou Flávio Dino.
Ele ainda falou que no combate você pode “ridicularizar” o nazifascismo, como fez o cineasta Quentin Tarantino no filme “Bastardos Inglórios”. “Esse filme serve para mostrar o ridículo do nazifascismo”.
“Eles não podem conseguir impor o medo, o terror, porque é o que eles buscam por intermédio de violência, ameaças, fake news, gabinetes de ódio. Eles tentam paralisar as instituições, pessoas, manipular afetos”, completou.