O Ministério das Relações Exteriores reconheceu que intercedeu para facilitar o ingresso do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, nos Estados Unidos.
A informação consta em documentos divulgados via pedido de LAI (Lei de Acesso à Informação) feito pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o ministério, a pasta utilizou dados do passaporte diplomático concedido a Weintraub no período em que esteve à frente do Ministério da Educação para solicitar à Embaixada dos EUA um visto de entrada no país.
O pedido foi feito em 18 de junho, mesma data em que Weintraub anunciou que estava deixando o governo, o que implicaria a perda do passaporte diplomático.
A manobra foi usada para burlar uma determinação do governo norte-americano, que restringe a entrada de brasileiros no país devido à pandemia da Covid-19.
Entre as exceções para esse veto estão os ministros de Estado, cargo que Weintraub deixou de exercer antes de desembarcar em Miami, em 20 de junho.
O Itamaraty informou à embaixada que Weintraub desejava sair do Brasil com a maior “brevidade possível” e que não havia registro de devolução do passaporte diplomático do ex-ministro.
O ex-chefe da Educação foi indicado pelo governo brasileiro para um cargo na direção do Banco Mundial, com sede em Washington. Porém, passado mais de um mês, o posto na diretoria da instituição ainda segue vago. Weintraub aguarda a votação de sua indicação por um conselho formado por nove países.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a atuação da pasta se deu em conformidade com os procedimentos habituais. “Trata-se de procedimento habitual em casos de designação de representantes do governo brasileiro junto a organismos internacionais”, diz.