O Ministério da Saúde está planejando gastar R$ 250 milhões em cloroquina e ivermectina no enfrentamento da Covid-19. O estudo da pasta, que se encontra m sigilo, visa colocar os medicamentos no programa Farmácia Popular, pelo qual a população é atendida gratuitamente.
Nenhum dos dois remédios tem eficácia comprovada contra o coronavírus, conforme já atestaram vários estudos científicos. Na verdade, pesquisas em todo o mundo mostraram que a cloroquina pode trazer mais complicações para pacientes com problemas cardíacos.
O Ministério dispõe de 2,5 milhões de comprimidos de cloroquina produzidos pelo Laboratório do Exército, por decisão do próprio Bolsonaro, mas encontram-se armazenados devido à baixa procura.
Com o valor que será investido nos falsos tratamentos, o governo poderia comprar, pelo menos, mais de 13 milhões de doses de vacinas.
Quase 180 mil pessoas já morreram de Covid-19 no Brasil. O número médio de mortes diárias, a chamada média móvel, dos últimos sete dias está em 642, que é 35% superior à semana anterior. 21 estados e o Distrito Federal apresentaram alta no número de mortes.
A iniciativa do Ministério da Saúde tenta camuflar a inércia e a inoperância do governo na construção e implementação de um plano nacional de vacinação contra a pandemia, que, segundo Bolsonaro, está no “finalzinho”, ignorando solenemente o aumento da contaminação e dos óbitos e se apresentando, num evidente deboche ao povo brasileiro, como um dos governos que melhor enfrentou o novo coronavírus.
Se não houver uma mudança na postura governamental, a avaliação mais otimista é de que até o fim do primeiro semestre de 2021 menos de 25% da população estará imunizada.
Quantos serão afetados pelo vírus e morrerão até lá?