“Ministério da Saúde falhou terrivelmente”, disse Jurema Werneck à CPI

Jurema Werneck na CPI. Foto: Edilson Rodrigues - Agência Senado

Questionada pelo relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a responsabilidade do Ministério da Saúde em evitar mortes causadas pela pandemia, a pesquisadora Jurema Werneck afirmou que a pasta “falhou terrivelmente”.

“Ao não colocar em prática, ao não mover o SUS [Sistema Único de Saúde] com o potencial de liderança, de indutor do sistema, ao não fazer previsões necessárias e investimentos necessários, não há dúvida de que o Ministério da Saúde falhou terrivelmente. Poderia ter sido diferente. Segue falhando”, completou.

Jurema Werneck, que é diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta compareceu à CPI da Covid-19 no Senado, nesta quinta-feira (24), para falar sobre a importância das medidas não farmacológicas no enfrentamento da crise sanitária e dados coletados sobre mortes causadas pela pandemia.

A CPI da Covid-19 no Senado, instalada em 27 de abril, para investigar as ações, omissões e inações do governo federal no combate à pandemia da Covod-19.

MORTES

Na conclusão da exposição inicial proferida pela médica, que é da Direção Executiva da Anistia Internacional-Brasil, Jurema Werneck mostrou que se medidas de distanciamento social tivessem sido adotadas, haveria redução de 40% no potencial de transmissão da Covid-19.

De acordo com a pesquisadora, coordenadora do Movimento Alerta, isso teria evitado a morte de 120 mil pessoas. Até o momento, o Brasil registrou mais de mais de 509 mil óbitos causados pela doença.

ACIMA DO ESPERADO

A pesquisadora afirmou, ainda na fala inicial dela, que, em um ano, a pandemia produziu 305 mil mortes acima do esperado no Brasil.

Para isso, ela exibiu gráfico que analisou 52 semanas desde o início da crise sanitária e comparou o número de óbitos que ocorrem anualmente no País com as causadas pela Covid-19.

“São casos de Covid-19, mortes causadas diretamente pela Covid-19 e mortes causadas indiretamente pela presença da pandemia. Ou seja, pessoas que retardaram a busca de ajuda ou buscaram ajuda e o serviço [de saúde] estava sobrecarregado”, explicou.

M. V.

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