
O governo proibiu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) de prestar informações à imprensa.
A mordaça foi imposta nesta semana após o Ministério do Meio Ambiente (MMA), comandado por Ricardo Salles, determinar que o Ibama e o ICMBio não se manifestem publicamente sem submeter, previamente, todas as suas informações ao ministério. Até esta terça-feira (12), o órgão vinha atendendo normalmente às solicitações da imprensa.
Na quarta-feira (13), foi publicada a exoneração do chefe de comunicação do Ibama, que segundo fonte do UOL, estava resistindo à ordem do ministério de redirecionar questionamentos da imprensa. Ricardo Salles nomeou o militar Pallemberg Pinto de Aquino para centralizar todas as demandas.
O Ibama informou por comunicado que “por orientação do MMA (Ministério do Meio Ambiente), demandas de imprensa relacionadas à atuação do Ibama devem ser direcionadas à assessoria de comunicação do MMA”, informou a assessoria de imprensa do órgão.
Já o ICMBio, além da proibição de prestar informações para a imprensa, os textos produzidos pelo Instituto no Twitter foram interrompidos. A pasta determinou que todos os textos feitos pelo órgão fossem enviados antecipadamente ao MMA para que sejam publicados. Com 13.900 seguidores na página do Twitter, que ainda está ativa, o órgão tinha o hábito de publicar informações quase diariamente. A última publicação do ICMBio foi feita há quase um mês, no dia 15 de fevereiro.
Políticos e organizações não governamentais temem que o governo Bolsonaro, através da medida, esteja afastado dos olhares da imprensa e do público em geral possíveis recuos em multas ambientais e políticas de proteção do meio ambiente.
Pelo Twitter, a ex-senadora pelo Acre e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que “é inaceitável que o ministro do Meio Ambiente impeça que o Ibama e o ICMBio se comuniquem com a sociedade, como parte essencial de suas responsabilidades. Amordaçar órgãos e servidores públicos é prática de ditaduras, jamais de regimes democráticos”, destacou Marina.