Não param de vir à tona denúncias graves contra o ex-coach Pablo Marçal que, mesmo tendo sido preso e condenado por formação de quadrilha e furto qualificado num esquema de golpes bancários em Goiânia, resolveu disputar a prefeitura de São Paulo por um partido (PRTB) acusado de manter ligações com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Agora é a vez do Ministério Público, que, segundo o jornal Metrópoles, solicitou os antecedentes criminais de Pablo Marçal (PRTB) nos estados de São Paulo, Goiás e Bahia, além do Distrito Federal, e seus processos no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A ação do MP acontece no caso de Piquete (SP), no qual o candidato à Prefeitura de São Paulo é investigado por tentativa de homicídio privilegiado.
A promotora de Justiça, Renata Galhardo Cheuen, justifica que a consulta se estende ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região porque “lá se noticia precedente condenação por furto qualificado” de Pablo Marçal.
Ela se refere à condenação de Marçal e sua quadrilha por praticar golpes bancários em que centenas de pessoas foram lesadas. Marçal foi preso pela Polícia Federal como membro da quadrilha.
Áudios trocados entre os criminosos, obtidos pela polícia durante as investigações na Operação Pégasus, e que chegaram às mãos da imprensa mostram a intensa participação de Marçal no esquema criminoso. Este material, que se juntou às denúncias de ligação de seu partido com o PCC, foram estampadas na propaganda eleitoral e desmascaram as intenções obscuras de Marçal. Ele era responsável pela captura de e-mails das vítimas dos golpes bancários. Foi preso e condenado a quatro anos e cinco meses de cadeia.
A Promotora investiga também uma possível tentativa de homicídio quando o coach cobrou de um grupo de cerca de 30 pessoas para fazer uma escalada no Pico dos Marins. Em janeiro de 2023, o ex-coach levou esse grupo de pessoas para uma escalada no Pico dos Marins, que fica na região de Piquete, interior de São Paulo. A atividade conduzida por Marçal foi realizada em meio ao mau tempo, colocando em risco a vida das pessoas. Ele foi acusado de tentativa de homicídio.
A irresponsabilidade e a ganância de Maçal obrigaram o Corpo de Bombeiros a fazer um resgate das pessoas. Durante a trilha, pessoas passaram mal e algumas precisaram de atendimento médico. A promotora ainda requer uma “expedição de ofício ao Hospital de Piquete e Santa Casa de Lorena (referência SUS mais próxima)”. A intenção é descobrir se “algum dos participantes da escalada foi atendido” na unidade de saúde entre os dias 05/01 e 06/01 de janeiro de 2022, “em caso positivo encaminhando os correlatos prontuários”.
Na solicitação, a promotora ainda cita o caso de Luiz Gabriel Godoy, ex-participante do reality show “La casa digital”, promovido pela equipe do ex-coach. Ele alegou ter sofrido agressões, xingamentos e participado de provas de resistência física e psicológica sem equipamentos de proteção, sem suporte de bombeiros ou salva-vidas e em locais arriscados.
A promotora ainda argumenta que o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública indica que o ex-condenado, além de ter lesado as pessoas nas ações criminosas da quadrilha de roubos e golpes bancários, é alvo de um Boletim de Ocorrência que aponta “falsificação ou uso indevido de sinais públicos”. O registro remete ao fato de Marçal ter usado ilegalmente um broche de deputado federal durante visita à Câmara.
